Representantes dos funcionários e representantes do Banco do Brasil reuniram-se no último dia 13 para mais uma rodada de negociação sobre Plano de Cargos e Salários (PCS), remuneração e programa Performa. Mas a reunião frustrou os trabalhadores, pois o banco não apresentou nenhuma proposta ou avaliação para o movimento sindical, e nem mesmo indicou avanços ou deu respostas para as reivindicações de mesas anteriores.
Os dirigentes sindicais cobraram do banco respostas para as seguintes reivindicações apresentadas em mesas anteriores: a implantação para todas as bases sindicais da jornada de 6 horas para os cargos de Supervisor de Atendimento e Assistentes, com a devida indenização via Comissão de Conciliação Voluntária (CCV); o fim da dita "cesta de pontuação" nas avaliações de desempenho (GDP); o fim da ferramenta "Conexão" individualizada, que expõe terrivelmente funcionários não comissionados e possibilita ranqueamento entre os colegas, ferindo a Convenção Coletiva de Trabalho; Sistema Automático de Concorrência a Remoção (SACR) de maneira permanente; mais contratações de funcionários.
Os representantes do BB afirmaram que essas reivindicações ainda estão sendo construídas e que, em breve, darão uma resposta ao funcionalismo sobre esses pedidos. E os dirigentes destacaram que é necessário construir novas rodadas e calendário de negociações para que haja avanços nessas questões.
"A busca por resultados e o crescimento das metas têm esmagado diuturnamente os funcionários do banco, à beira do adoecimento psíquico e emocional. É preciso mais seriedade e valorização do comprometimento das bancárias e dos bancários do BB", avalia Getúlio Maciel, representante da Fetec-SP na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB).
Outras respostas que são aguardadas
Os sindicalistas também aguardam algum posicionamento da empresa sobre outras propostas já apresentadas, tais como:
- revogação do Performa com aumento das comissões nos moldes como era anteriormente antes de 02/2020
- volta do módulo Básico e Avançado para os Gerentes
- aumento no valor das letras de mérito (M) e letras de Antiguidade (A)
- aumento no valor do piso dos escriturários/agentes comerciais, com reflexo para todos os funcionários
- incorporação de 10% do valor da comissão exercida pelo funcionário à cada ano.
A empresa respondeu que essas questões ainda estão em estudo por parte de um grupo interno do banco, que trata de remuneração e encarreiramento.
Diante disso, os representantes da CEBB solicitaram a participação de representantes dos sindicatos na construção desses estudos, com datas específicas e com prazos para as conclusões, com o compromisso de uma rápida implementação pelo banco.
O Banco do Brasil coloca na responsabilidade do Governo Federal, por meio da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), a dificuldade em avançar nas propostas, devido ao tempo necessário para poder conversar com a secretaria. "O fato é que o Banco do Brasil, apesar de já ter as propostas do movimento sindical desde o final do ano passado, ainda não se debruçou adequadamente sobre o tema, demonstrando descaso em relação às reivindicações do funcionalismo. É preciso evitar enrolação, pois a cobrança de metas não para e só tem aumentado. As bancárias e os bancários do BB querem respostas", reforça Getúlio.