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Fusão de setor gera demissões no Bradesco

Linha fina
Sindicato cobra reunião para discutir questão: Cade aprova união com Banco do Brasil para otimizar programa de fidelidade de cartões de crédito e quem paga o pato é o trabalhador
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São Paulo – Nas últimas semanas, diversos funcionários do Departamento Bradesco Cartões, localizado na Cidade de Deus e em Alphaville, foram demitidos. Segundo denúncias, cerca de 30% do setor perderão o emprego.

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômico), como costuma fazer, aprovou sem restrições a constituição de uma joint venture (associação) entre Banco do Brasil e Bradesco para centralização de algumas atividades dos programas de fidelidade oferecidos a portadores de cartões emitidos por esses bancos. A decisão foi publicada em 1º de outubro no Diário Oficial da União. Isso resultou nas dispensas.

“Entramos em contato com o RH cobrando uma reunião o mais rápido possível para discutir a questão. Queremos saber por que esses bancários não são transferidos para outros departamentos onde faltam funcionários”, questiona a dirigente sindical Sandra Regina.

Ela ressalta que alguns funcionários do Bradesco Cartões já estavam participando de entrevistas para outros departamentos. No entanto, ao invés de serem realocados, acabaram demitidos.

“Mais de 10 trabalhadores já foram mandados embora, sem nenhuma justificativa. Queremos saber os motivos. Por isso estamos cobrando o RH para uma reunião com a máxima urgência. Não vamos aceitar demissões, até porque os outros setores estão sobrecarregados, precisando de funcionários”, completa a dirigente.

A diretora executiva do Sindicato Neiva Ribeiro critica a atuação do Cade, que autorizou a fusão sem ouvir os trabalhadores. “Está comprovado que nesses processos de fusão quase sempre os trabalhadores são penalizados. Um exemplo disso foi a fusão entre o Itaú e o Unibanco, também autorizado pelo Cade. Cinco anos depois, mais de 20 mil empregos foram cortados, mesmo com toda a mobilização do movimento sindical. Por isso queremos debater com o Bradesco a realocação dos empregados e impedir novas demissões.”


Rodolfo Wrolli – 13/10/2014
 
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