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Nova frente engrossa resistência ao retrocesso

Linha fina
Luta será nas ruas contra as políticas de austeridade, pelo avanço dos direitos dos trabalhadores e enfrentamento ao conservadorismo
Imagem Destaque
São Paulo - Na quinta 8 será lançada oficialmente a “Frente Povo Sem Medo”, que reúne quase 30 movimentos representados em mais de 15 Estados, entre eles Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE), Intersindical, Central do Trabalhador e Trabalhadora Brasileira (CTB), União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (UNEAFRO), entre outros.

O grupo já conta com mais de 100 apoiadores, entre artistas, intelectuais e parlamentares.

“No momento político e econômico que o país tem vivido se torna urgente a necessidade de o povo intensificar a mobilização nas ruas, Avenidas e Praças, protagonizada pelos movimentos sociais”.

“Não aceitaremos a pauta que este Congresso impõe ao Brasil, defenderemos a radicalização da nossa democracia, a tolerância e as liberdades contra o racismo, a intolerância religiosa, o machismo, a LGTBfobia e a criminalização das lutas sociais”.

Estes trechos da “Carta Convocatória de Lançamento da Frente Povo Sem Medo” lida pelo coordenador do MTST, Guilherme Boulos, na coletiva de imprensa, que aconteceu nesta terça 6 no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, explicam o objetivo do grupo.

Segundo Boulos, a unidade dos movimentos sociais se dará nas ruas e nas lutas contra medidas antipopulares, como o ajuste fiscal escolhido pelo governo, que retira recursos do Minha Casa Minha Vida, por exemplo. “Essa alternativa que eles estão aplicando é a que deu errado na década de 90, que destruiu o Brasil. É a alternativa que está levando a Europa para níveis de desemprego e miséria impressionantes”.

“Nós temos sim uma outra alternativa que é a taxação de grandes fortunas, auditoria da dívida pública, resolvendo os verdadeiros problemas fiscais do país”, explicou Boulos.

Três eixos norteiam a agenda de mobilizações da Frente Povo Sem Medo. Enfrentamento às políticas de austeridade, enfrentamento ao conservadorismo e saídas para a crise com reformas populares e taxação dos ricos.

A Frente Povo Sem Medo será lançada um mês depois da Frente Brasil Popular e gerou dúvidas nos jornalistas presentes na coletiva.

Douglas Izzo, presidente da CUT São Paulo, que também está na Frente Brasil Popular (FBP), explicou a diferença entre elas. “O avanços dos direitos e contra qualquer retrocesso são pautas da duas frentes, a diferença é que esta Frente é exclusiva de movimentos sociais e a FBP tem partidos na organização”.

Ele também destacou o papel da CUT nas duas frentes.

“A CUT apoia, coordena e participa das duas frentes porque ambas atuam em defesa da classe trabalhadora e da população brasileira. A única alternativa que existe do poder de comando é a unidade e organização da esquerda para o enfrentamento contra a direita”, complementa Izzo.

“A unidade dos trabalhadores nas campanhas salarias do segundo semestre da CUT também foi pensada nisso. Metalúrgicos e Bancários estão se mobilizando contra os patrões que também acham que quem vai pagar a conta da crise são os trabalhadores e nós não deixaremos. Muitas greves ainda vão acontecer”, destacou o dirigente.

Para o coordenador do MTST, os movimentos de direita estão surfando na indignação e insatisfação social e tentando canalizar isso com objetivos de intolerância, de retrocesso sociais e políticos no país. “É querer apresentar uma alternativa andando para trás. Nós não concordamos com estas saídas”.

“O povo não tem medo na investida conservadora que quer pôr a mão nos direitos dos trabalhadores. O nosso método de fazer enfrentamento é nas ruas, com o povo”, finaliza Boulos.

A Frente já escolheu sua marca: uma mão que demonstra a luta. A bandeira será lançada no próximo dia 8, assim como um manifesto público que será apresentado e o chamado para uma grande mobilização nacional com o mote “O povo não pode pagar pela crise”, prevista para dia 8 de novembro, um mês depois do lançamento oficial da Frente.
CARTA CONVOCATÓRIA DE LANÇAMENTO DA FRENTE POVO SEM MEDO
O mundo vive sob o signo de uma profunda crise do capitalismo, que perdura desde 2008. Medidas de austeridade econômica dominam a agenda política, multiplicando desemprego, miséria e redução dos direitos trabalhistas. Por outro lado, os banqueiros comemoram cada aniversário da crise, aumentando seus já exorbitantes lucros.

No Brasil, as medidas econômicas não deveriam seguir o mesmo script. O “ajuste fiscal” do governo federal diminui investimentos sociais e ataca direitos dos trabalhadores. Os cortes na educação pública, o arrocho no salário dos servidores, a suspensão dos concursos são parte dessa política. Ao mesmo tempo, medidas presentes na Agenda Brasil como, aumento da idade de aposentadoria e ataques aos de direitos e à regulação ambiental também representam enormes retrocessos. Enquanto isso, o 1% dos ricos não foram chamados à responsabilidade. Suas riquezas e seus patrimônios seguem sem nenhuma taxação progressiva. O povo está pagando a conta da crise.

Ao mesmo tempo, os setores mais conservadores atacam impondo uma pauta antipopular, antidemocrática e intolerante, especialmente no Congresso Nacional. Medidas como a contrarreforma política, redução da maioridade penal, a ampliação das terceirizações, as tentativas de privatização da Petrobrás e a lei antiterrorismo expressam este processo.

No momento político e econômico que o país tem vivido se torna urgente a necessidade de o povo intensificar a mobilização  nas ruas, avenidas e praças contra esta ofensiva conservadora, o ajuste fiscal antipopular e defendendo uma saída que não onere os mais pobres.

A conjuntura desenha momentos desafiadores para o movimento social brasileiro. Precisamos apostar na unidade nas ruas e nas lutas. Esta é a motivação maior de criar uma frente nacional de mobilização, protagonizada pelos movimentos sociais, a Frente Povo Sem Medo.

Será preciso avançar na agenda que os setores populares imprimiram em várias mobilizações ao longo de 2015, como o 15/4, o 25/6 e o 20/8 e também nas greves e mobilizações de diversas categorias organizadas dos trabalhadores:

- Contra a ofensiva conservadora e as saídas à direita para a crise. Não aceitaremos a pauta que este Congresso impõe ao Brasil. Defenderemos a radicalização da nossa democracia, a tolerância e as liberdades contra o racismo, a intolerância religiosa, o machismo, a LGBTfobia e a criminalização das lutas sociais.

- Contra as políticas de austeridade aplicadas pelo governo, em nome de ajustar as contas públicas. Não aceitamos pagar a conta da crise. Defenderemos que a crise seja combatida com taxação de grandes fortunas, lucros e dividendos, auditoria da dívida e suspensão dos compromissos com os banqueiros.

- A saída será nas ruas, com o povo, por Reformas Populares. Defenderemos a democratização do sistema político, do judiciário e das comunicações e reformas estruturais, como a tributária, a urbana e a agrária.

Esta frente nasce em um momento de grandes embates e com a responsabilidade de fazer avançar soluções populares para nossa encruzilhada. Sabemos que para isso será preciso independência política, firmeza de princípios e foco em amplas mobilizações.

Convocamos todos e todas a se somarem no lançamento da Frente "Povo Sem Medo" que será realizada no dia 08 de Outubro na cidade de São Paulo, às 18 horas.

AQUI ESTÁ O POVO SEM MEDO!
CONVOCAM PARA O LANÇAMENTO DA FRENTE POVO SEM MEDO
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)
Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Intersindical - Central da Classe Trabalhadora
União Nacional dos Estudantes (UNE)
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes)
Associação Nacional dos Pós Graduandos (ANPG)
Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técino (Fenet)
Uneafro
Círculo Palmarino
Unegro
Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM)
União da Juventude Socialista (UJS)
Rua - Juventude Anticapitalista
Coletivo Juntos
União da Juventude Rebelião (UJR)
Juventude Socialismo e Liberdade (JSOL)
Coletivo Construção
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Mídia Ninja
Coletivo Cordel
União Brasileira de Mulheres (UBM)
Bloco de Resistência Socialista
Rede Emancipa de Educação Popular
Coletivo de Mulheres Olga Benário
Juventude da Esquerda Marxista
Brigadas Populares


Érica Aragão, da CUT - 7/10/2015
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