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Doze anos sem o Banespa

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Banco público paulista foi adquirido pelo espanhol Santander, em 2000, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso
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São Paulo – Em 20 de novembro de 2000, São Paulo perdeu o seu principal banco estadual. Naquele dia foi concretizado, após seis anos de resistência dos trabalhadores (os banespianos), do Sindicato e da Afubesp, a privatização do Banespa (Banco do Estado de São Paulo), arrematado pelo Santander em leilão realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.  

O Banespa foi entregue ao banco espanhol por R$ 7,050 bilhões. Estava sob intervenção do Banco Central desde dezembro de 1994, no final do governo Fleury (PMDB) e às vésperas da posse do governo Covas (PSDB). A venda representou ágio de 281% sobre o preço mínimo. O lance do Unibanco foi de R$ 2,1 bilhões e o do Bradesco, de R$ 1,86 bilhão. O Itaú não apareceu.

“Foi uma das mais contundentes resistências à entrega de um patrimônio público à iniciativa privada já vista neste país. Realizamos manifestações memoráveis, uma das mais fortes greves da categoria bancária, pressionamos parlamentares na Assembleia Legislativa (Alesp) e envolvemos centenas de municípios de nosso estado na luta em defesa do Banespa e de seus funcionários”, recorda a banespiana Rita Berlofa, secretária de Finanças do Sindicato e funcionária do Santander.

Manobra – De acordo com a dirigente sindical, a venda só ocorreu após o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) baixar a chamada MP do Banespa, que remetia qualquer recurso diretamente à apreciação do Supremo Tribunal Federal (STF), sem passar por qualquer instância. O STF cassou pedido de liminar na noite do domingo, possibilitando a privatização do banco na manhã do dia seguinte. “Foi um episódio triste, lamentável. Mas também serviu de alerta sobre a política de privatização de FHC, que tirou da sociedade muitos outros patrimônios públicos e anos mais tarde passou a ser condenada em diversas esferas da sociedade”, destaca Rita. “O banco foi vendido, mas os empregados se mantiveram unidos e, depois de muita luta e intensas negociações, conseguiram arrancar do Santander a manutenção do único acordo aditivo para funcionários de bancos privados”, completa a dirigente.


Jair Rosa - 21/11/2012

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