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Santander frustra trabalhadores em negociação

Linha fina
Dirigentes sindicais cobram soluções de pendências e apresentam novas reivindicações dos trabalhadores, mas instituição se mantém intransigente
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São Paulo – A primeira reunião do Comitê de Relações Trabalhistas, após a Campanha 2012, foi marcada por cobranças de soluções feitas por dirigentes sindicais aos representantes do Santander. A reunião ocorreu na quinta 22.

Os dirigentes propuseram ao banco a criação de novos postos de trabalho e o fim da rotatividade, deixando claro que, embora seja positiva a abertura de novas unidades, elas estão sendo colocadas em funcionamento com número reduzido de funcionários. “Mesmo a direção da empresa tendo dito que utilizava método para disponibilizar o número adequado de empregados para cada estabelecimento, a realidade mostra filas imensas nas agências, atendimento comprometido e os empregados adoecendo”, afirma a diretora executiva do Sindicato Maria Rosani.

Caixas - O Sindicato voltou a exigir o fim das metas para os caixas. Nessa questão os gestores da instituição financeira afirmaram não haver orientação para essa medida e que esses funcionários têm de ser avaliados apenas pelas suas atribuições. Além disso, que a empresa está elaborando comunicado para ser enviada a toda a rede.

As metas abusivas, desvios de função e outras questões relativas a saúde e condições de trabalho serão discutidas em negociação no dia 9 de janeiro.

Desrespeito – A exposição de trabalhadores em ranking, o que desrespeita a cláusula 35ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), voltou a ser denunciada pelo Sindicato. O acesso de gestores ao ranking permite que, em algumas reuniões, ocorra o constrangimento de trabalhadores, caracterizando o assédio moral. O banco, no entanto, afirmou que o problema não existe na empresa e que se houver tal prática ela é localizada. ”Orientamos os funcionários a denunciarem os abusos, acessando o site do Sindicato. Pela cláusula de instrumento de combate ao assédio moral é garantido o sigilo do denunciante e a empresa tem 60 dias para apresentar soluções. Se o Santander diz não haver essa política é a hora de os trabalhadores mostrarem o que ocorre de fato em suas unidades”, diz Rosani.   

Pessoas com deficiência – Os dirigentes solicitaram o repasse de informações sobre a situação da pessoa com deficiência: onde estão lotadas, a quantidade, salários, o tipo de deficiência entre outras. “Queremos iniciar debate mais aprofundado em relação a esses funcionários que têm reivindicações específicas, principalmente no que se refere a possibilidade de ascensão profissional e condições adequadas de trabalho”, disse Rosani, afirmando que o assunto voltará a ser discutido em reunião a ser realizada no final de janeiro.

Isenção de tarifas – Foi reivindicada a isenção de tarifas e a redução das taxas cobradas dos funcionários da ativa e dos aposentados. Os gestores do Santander afirmaram que já praticam pacote diferenciado aos trabalhadores da instituição financeira, mas que levaria a questão para análise e dariam resposta aos funcionários.

Horas extras – O Sindicato cobrou que o Santander respeite a súmula 124 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que alterou o divisor para cálculo da hora extra dos empregados. A empresa respondeu que o tema será tratado na mesa geral de negociações da federação dos bancos (Fenaban).

PCS – Os representantes dos bancários relataram que há diversas queixas de empregados, principalmente das agências, que mesmo exercendo as mesmas funções têm remuneração inferior aos colegas, e cobraram negociação para discutir Plano de Cargos e Salários para corrigir essas distorções. O Santander argumentou que possui um plano de carreira e que não discutirá o tema. “Vamos insistir nesse assunto, pois é grande a insatisfação dos trabalhadores que querem ter salários iguais e mesma oportunidade para ascensão profissional”, destaca Rosani.

Bolsa auxílio estudo – Os diretores do Sindicato reivindicaram que fosse apresentado levantamento em relação ao número de bolsas auxílio estudo concedidas, quantidade de pedidos negados e o motivo da recusa referentes ao segundo semestre deste ano, além do período para as inscrições para 2013. Os gestores do banco afirmaram não terem ainda os números finalizados em relação a requerimentos e recusas de pedidos deste ano e assegurou que o período para solicitação para as bolsas de 2013 começará em 3 de dezembro com término no dia 28 de fevereiro.

Plano de saúde para aposentados – O banco afirmou que ainda não fez nenhuma alteração no que se refere a segregar os aposentados no plano de saúde e que não fará qualquer mudança sem antes se reunir com o movimento sindical.

Folga no aniversário – O Sindicato reivindicou que seja concedida folga no dia de aniversário do trabalhador, como já ocorre em alguns setores. A empresa disse que estudaria a reivindicação.


Jair Rosa - 23/11/2012

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