São Paulo – Falta de ar-condicionado ou qualquer forma de ventilação no ambiente de trabalho fez com que os empregados paralisassem as atividades em agência da Caixa localizada na Avenida Belmira Marin, no Grajaú. Durante a sexta-feira 9 e toda a manhã desta segunda-feira 12 a unidade, uma das últimas do extremo sul da cidade, permaneceu fechada. A demanda no local é grande em função da concentração populacional e da carência de agências na região periférica da cidade.
“Por respeito aos clientes que ficaram esperando a abertura durante essa manhã chuvosa, resolvemos abrir a unidade às 11h sob a condição de que os técnicos arrumassem ainda hoje os aparelhos quebrados, o que aconteceu até o final desta tarde”, explicou Rafael de Castro, diretor do Sindicato, ao ressaltar que foi entregue uma carta aberta à população para esclarecer as condições de trabalho a que estavam submetidos os bancários daquela agência.
De acordo com o dirigente, a direção do banco havia se comprometido a solucionar os problemas no final de semana para que os empregados pudessem trabalhar em condições adequadas. “Porém, hoje pela manhã nos deparamos com a agência na mesma situação. Semana passada, os trabalhadores já sofreram bastante em função do calor e da falta de ventilação, pois a agência é toda fechada, sem janelas e sem entrada para a circulação do ar. Além disso, o aparelho de ar condicionado fica do lado de fora da agência, exposto ao sol e à chuva, sem proteção nenhuma.”
O diretor questionou a falta de investimento e atenção com os trabalhadores, ainda mais em uma agência importante, como a do Grajaú, que atende um contingente grande de clientes. Ele explica que a unidade – assim como a de Parelheiros, que são as duas últimas da região – é muito pequena e possui poucos empregados. “Apoiamos as medidas recentes do governo federal de incentivo ao crédito e fortalecimento da Caixa, que é um banco público importante para o desenvolvimento do país.
Porém, esses avanços devem vir acompanhados do respeito aos trabalhadores que, sobretudo, merecem condições dignas de trabalho.”
Para o dirigente, o lucro que a Caixa alcançou nos últimos períodos deve refletir em melhores condições de trabalho, inclusive com a contratação de mais trabalhadores. “Queremos o fortalecimento da Caixa, mas, para isso, é necessário proporcionar condições estruturais e de trabalho. São aspectos fundamentais que afetam não somente os bancários, mas clientes também”, defendeu o dirigente, ao relatar que muitas mulheres com criança de colo e idosos com dificuldade para andar são obrigados a ficar de pé no atendimento, pois a direção da Caixa orienta a não deixar cadeiras para agilizar o atendimento. “Já denunciamos o caso à Superintendência e estamos acompanhando as providências.”
Tatiana Melim – 12/11/2012
