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BB forma carrascos para cargos de gestores

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De acordo com denúncias, processo seletivo escolhe candidatos com perfil punitivo em detrimento de postulantes conciliatórios
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São Paulo – O Banco do Brasil está formando verdadeiros carrascos para os cargos de gerência, de acordo com denúncias de funcionários que participaram do processo seletivo no departamento Cenop 1900.

Segundo relatos, os candidatos que passam para a fase de entrevistas participam de um teatro encenado pelos avaliadores. Um deles faz o papel de funcionário “incompetente” e o outro representa o sindicalista que sempre acoberta os erros.

Nessa encenação, o candidato à vaga encarna o papel do gerente que precisa tomar uma decisão a respeito de um funcionário que cometeu uma falta, como por exemplo, não compareceu e não apresentou atestado, ou recebeu uma anotação negativa na Gestão de Desempenho por Competência (GDC).

“Os candidatos que preferiram administrar o conflito por meio de um diálogo com o funcionário foram descartados do processo, e os postulantes que optaram pela demissão sumária foram escolhidos para o cargo”, explica o dirigente sindical Paulo Rangel.

Os candidatos que se mostraram hostis ao “sindicalista” na encenação também foram escolhidos em detrimento daqueles que preferiram o diálogo. “Essa política parte do pressuposto de que o gestor que dialoga com o Sindicato é incompetente ou fraco”, avalia Rangel.

Esse tipo de processo seletivo, ainda de acordo com o dirigente, promove gestores mais preocupados em punir os funcionários do que liderá-los e fazer aprender e crescer com os erros. “Essa política gera um efeito negativo para o banco, pois forma gestores temidos e odiados ao invés de respeitados. A liderança surge com o respeito e não com o medo”, afirma.

Quem coordena o processo seletivo, segundo denúncias de funcionários, é o gerente de área da monitoria do Cenop 1900. “E o gerente geral do Cenop 1900, que é o seu superior, participa desse processo seletivo?”, questiona o dirigente.

Rangel ressalta que o Sindicato defende um processo seletivo transparente e que não incentive os gestores a administrar seus setores por meio de ameaças e avaliações subjetivas. “Pois essa prática, ao invés de beneficiar a empresa, ajuda na formação de panelas que alimentam preconceitos. Um banco público, que se julga bom para todos deve ter responsabilidade para não priorizar alguns em detrimento de outros”, completa o sindicalista.


Rodolfo Wrolli – 18/11/2013

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