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Chapéu
Oposição a Trump

Democratas, mulheres e minorias crescem nas eleições legislativas dos EUA

Linha fina
Eleições de metade de mandato tiveram participação recorde. Bernie Sanders, que por pouco não disputou com Trump, segue no Senado. Mulheres, muçulmanas e indígenas ganham espaço
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Foto: Niyi Fote/Thenews2/Folhapress

O Partido Democrata conquistou oficialmente 219 cadeiras na Câmara de Representantes dos Estados Unidos, contra 193 do Partido Republicano. Segundo as apurações das eleições de metade de mandato, na terça-feira 6, apesar de o presidente Donald Trump perder a hegemonia no Congresso, ele manteve a maioria no Senado, com 51% das cadeiras. A reportagem é da Rede Brasil Atual.

Com a Câmara democrata, a Casa Branca estará sob fiscalização mais intensa. Os opositores poderão tomar controle de comissões importantes da Casa, convocar funcionários de alto escalão da Administração, exigir documentos oficiais que não são tornados públicos regularmente, além de investigar Trump mais profundamente, nas denúncias sobre possível conflito de interesse do presidente a suas empresas.

O fim do domínio conservador representa para o presidente americano o desafio de escolher entre aumentar uma guerra entre partidos ou procurar consensos no Congresso.

Com o controle do Senado, o presidente ainda se mantém forte, por exemplo, para enfrentar uma eventual acusação de impeachment, defendida por democratas. Uma maioria simples na Câmara seria suficiente para aprovar o pedido de afastamento.

Segundo o jornal El País, a vitória democrata é uma resposta ao descontentamento da população com o presidente, considerado um dos governantes mais impopulares e divisionistas da história recente.

Após a vitória, a líder democrata da Câmara, Nancy Pelosi, classificou o resultado das eleições como "um novo dia" para os Estados Unidos e acredita que será o fim da divisão no país. "Teremos a responsabilidade de encontrar terreno comum (com o presidente) onde pudermos e, onde não pudermos, de nos mantermos firmes", disse em discurso.

Mais progressista

As eleições de metade de mandato tiveram participação recorde de comparecimento dos eleitores americanos. Segundo analistas, houve intensa mobilização de jovens e integrantes de minorias, sendo a maior presença em 50 anos. A participação feminina também foi responsável pelos resultados: 60% dos votos delas foram para os democratas.

Os norte-americanos também escolheram um Congresso com mais mulheres e mais diversidade racial e religiosa que nunca. As minorias conseguiram feitos: a eleição das duas primeiras congressistas indígenas, Deborah Haaland e Sharice Davids, e do primeiro candidato abertamente homossexual, o agora governador do Colorado, Jared Polis. Todos do Partido Democrata.

Além disso, as muçulmanas, que nunca haviam sido representadas no Congresso, também obtiveram uma vitória dupla. Rashida Tlaib e Ilhan Omar foram eleitas pelo Partido Democrata. A primeira, filha de imigrantes palestinos, venceu em Michigan e a segunda, de origem somali, em Minnesota.

Massachusetts também elegeu sua primeira congressista negra: a democrata Ayanna Pressley. Já no estado de Tennessee, a republicana Marsha Blackburn foi a primeira mulher eleita na história da região. As primeiras legisladoras latinas do Texas também foram eleitas: Veronica Escobar e Sylvia Garcia, ambas democratas.

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