O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira 6 intensificar o ritmo de alta de juros e elevou a taxa básica (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.
O ciclo de alta começou na última reunião, em setembro, quando o Copom optou por um movimento mais gradual, de elevação de 0,25 ponto percentual .
“Mais um aumento da taxa básica de juros, usando a velha máxima do retorno do fantasma da inflação como pretexto, sabotando a economia produtiva do Brasil. O aumento da taxa de juros é uma transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos, já que, segundo o Ministério da Fazenda, 88% dos títulos da dívida pública federal pertencem a instituições financeiras, fundos de previdência, fundos de investimento, investidores estrangeiros e seguradoras. São estes poucos que lucram mais ainda a cada alta dos juros”, afirma Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Em 2023, os gastos do governo federal com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública somaram R$ 1,89 trilhão, o que representou 43,23% do Orçamento Federal Executado (R$ 4,36 trihões), segundo a Auditoria Cidadão da Dívida.
“Ou seja, 43,2% do total do Orçamento Federal estão comprometidos com o pagamento da dívida pública. Isto resulta em menos investimentos em áreas como saúde, educação, segurança e infraestrutura”, afirma Neiva.
Apesar dos pagamentos expressivos, em 2023 a Dívida Pública Federal – que inclui o endividamento interno e externo do Brasil – fechou 2023 em R$ 6,52 trilhões. O valor representou aumento de 9,56% em relação a 2022, quando a dívida estava em R$ 5,951 trilhões. A informação é da Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, e divulgada pela Agência Brasil.