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BB disputa protagonismo da São Pilantra

Linha fina
Presidente da instituição, Aldemir Bendine, foi chamado pelo TCU e Congresso para se explicar sobre aquisição do Banco Postal sem parecer técnico externo
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São Paulo - O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, terá de prestar esclarecimentos ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Congresso sobre a operação que resultou na conquista dos direitos para o controle do Banco Postal, o correspondente bancário dos Correios. O leilão foi vencido pelo BB em 31 de maio.

Segundo reportagem publicada na revista Época de dezembro de 2011, a transação ocorreu sem um parecer técnico externo, o fairness opnion, procedimento importantíssimo para quantificar o valor de um determinado negócio e tornar mais claro os riscos para os acionistas da empresa. Tal procedimento só foi adotado após a realização do leilão, o que no dito popular se traduz em tornar a “emenda pior que o soneto”.

Segundo Ernesto Izumi, diretor executivo do Sindicato e funcionário do BB, a trapalhada na gestão deve-se ao fato de a empresa ter adotado uma gestão “privatista que, na busca de lucro, desrespeita medidas necessárias em negócios desse porte”, criticou.

Após a divulgação de como ocorreu a operação, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou em 14 de dezembro um convite para que Bendine fosse ao Congresso explicar como se deu a aquisição do Banco Postal, uma transação que custou R$ 2,3 bilhões e tirou do Bradesco o contrato com os Correios para explorar os serviço de correspondente bancário pelos próximos cinco anos e seis meses, prorrogáveis por mais meia década.

Um dia depois foi a vez do TCU, por meio do procurador do Ministério Público, Júlio Marcelo de Oliveira, encaminhar um ofício ao presidente do BB, solicitando maiores esclarecimentos.

O BB declarou que “responderá nos termos da lei" a intimação e que a contratação de uma consultoria ou assessoria externa não seria obrigatória.

São Pilantra- Uma das principais críticas feitas pelo Sindicato ao Banco Postal é que os funcionários dos correspondentes executam as mesmas tarefas de um bancário. “No entanto, eles não têm os mesmos direitos, o que para nós se caracteriza como a precarização do trabalho. Inclusive existem decisões judiciais que reconhecem a condição de bancários desses trabalhadores”, justificou Ernesto.

Para o dirigente sindical, por levar a gestão da empresa pública rumo a precarização do emprego bancário redução de direitos dos trabalhadores, o BB merece ser listado como favorito ao título da São Pilantra de 2011, ao lado do Itaú Unibanco que vem demitindo inúmeros trabalhadores. A corrida-sátira à São Silvestre elege os principais vilões do ano e ocorre no dia 28 de dezembro, na Avenida Paulista.

Ernesto defende ainda que o caso envolvendo a transação para a aquisição dos direitos do Banco Postal seja apurado e se comprovadas irregularidades, que os responsáveis sejam destituídos. “Vale lembrar que todas as vice-presidências participaram do processo e são as responsáveis pela falta das medidas de segurança.”

Marcelo Santos -22/12/2011

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