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Gerente-geral da USP tenta criminalizar ação sindical

Linha fina
Gestora denunciada por assédio e práticas contrárias às normas do banco coage bancários a depor em BO mentiroso contra sindicalistas
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São Paulo – Denúncias de que a gerente-geral do BB da USP/7009 pressionou os bancários da agência a testemunharem num boletim de ocorrência aberto contra o dirigente sindical Paulo Rangel levaram os diretores do Sindicato novamente ao local na manhã desta sexta 16.

> Fotos: galeria com imagens da manifestação

O BO foi uma retaliação da gestora aos protestos ocorridos em 6 de dezembro, quando foi denunciada por práticas antissindicais, assédio moral e coerção para que os funcionários realizassem procedimentos que ferissem normas do próprio banco e desrespeitando o Código de Defesa do Consumidor. Os trabalhadores teriam sido pressionados também a não retirar seus nomes do boletim de ocorrência e nem abrir denúncia no canal de ouvidoria interna contra a atitude da gerente.

“É lamentável que em pleno 2011 a gente assista um banco público protagonizar uma ação que tenta criminalizar um representante dos trabalhadores justamente por ele defender o direito dos bancários”, afirma Raquel Kacelnikas, secretária-geral do Sindicato e funcionária do BB. “É a inversão dos valores, do diálogo e do legítimo direito dos trabalhadores se defenderem de práticas que colocam em risco seus próprios empregos.”

De acordo com denúncias que têm chegado ao Sindicato a gestora permanece, mesmo após os protestos, assediando os bancários a cumprirem metas inalcançáveis e venderem produtos que não interessam aos clientes. “Os próprios correntistas, que estavam no momento dos protestos, relataram a implantação de pacotes de serviços, como cheque especial, sem a devida autorização deles”, relata a secretária-geral do Sindicato.

Abusos – Outro grave problema que tem ocorrido é de que a gestora tem burlado o sistema de Gerenciamento de Atendimento (GAT). “A gerente dificulta o acesso dos clientes e usuários à parte interna da agência. Eles são obrigados a ficar esperando do lado de fora, adiando assim o momento em que pegam a senha, e que começa a contar tempo para o sistema”, denúncia Raquel.

O ato, que contou com faixas cobrando o fim do assédio moral, discursos e distribuição do Jornal do Cliente, teve um início tenso. O Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) da Polícia Civil do Estado de São Paulo, foi desnecessariamente chamado pela gestora sob o argumento de que os dirigentes sindicais impediriam a entrada dela na agência. “Essa foi uma outra inverdade já que a gerente nem foi vista por lá e, se fosse, não teria seu acesso impedido, o que foi constatado pelos policiais que logo foram embora”, relatou a dirigente sindical.

Logo depois foi a vez de um vigilante usar de truculência e ameaça para tentar impedir a reunião com os bancários da agência. “O vigilante é uma vítima desse sistema. Entendemos que o banco tem a responsabilidade de treinar melhor o pessoal dessa área”, enfatizou a Raquel. Vencidas essas dificuldades, os dirigentes puderam conversar com os trabalhadores. 

Reunião – A Superintendência do banco havia procurado o Sindicato durante as manifestações do dia 6 comprometendo-se a discutir o problema. Porém, dez dias depois, nenhuma reunião foi agendada.

Nas atividades desta sexta, o departamento de Gestão de Pessoas compareceu à manifestação e voltou a se comprometer em agendar um encontro “Queremos que a Superintendência cumpra o que disse e dialogue com os trabalhadores” cobrou Raquel, orientando aos bancários assediados que levem as denúncias também à ouvidoria interna do BB.


Marcelo Santos - 16/12/2011

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