São Paulo – “Paz. O Bradesco não pode tratar com descaso a segurança e a vida dos funcionários, vigilantes e clientes”. Rosas vermelhas acompanhadas por um papel com esta frase foram distribuídas para quem passava pela Rua Riachuelo, na Sé, na manhã desta sexta-feira 21.
A ação promovida pelo Sindicato é um protesto contra a violência urbana e para lembrar o assalto na agência do Bradesco na mesma rua, ocorrido no dia 7 de dezembro. “Na ocasião, o banco não emitiu a Comunicação de Acidente no Trabalho (CAT), documento que é direito do trabalhador, e sua emissão é obrigação do banco”, alerta a dirigente sindical da Fetec-CUT/SP Anatiana Alves.
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A dirigente alerta que o documento é uma proteção ao trabalhador, uma vez que o assalto é considerado acidente de trabalho. “O funcionário precisa ser amparado, protegido. Pois um trauma desse tipo pode desencadear problemas futuros, como estresse pós-traumático”.
E a liberdade sindical? – O Bradesco recebeu a certificação SA8000, espécie de selo internacional que trata da responsabilidade social das organizações. Entre as regras que devem ser asseguradas estão a saúde e segurança e, ainda, o direito de livre associação e organização dos trabalhadores.
No entanto, na segunda-feira 10, após o assalto, a dirigente Anatiana conta que procurou a agência para realizar uma reunião e observar como estavam os funcionários após o trauma do assalto. “Fomos barrados ao tentar realizar a reunião, uma vez que a direção do banco impede esse tipo de encontro no local de trabalho. O banco está certificado nos departamento, porém, já está em processo de certificação também na rede de agências. Mesmo assim, não libera reuniões de trabalho com o movimento sindical”, ressalta a dirigente.
O principal objetivo da SA8000 é garantir os direitos dos trabalhadores. “Nossa orientação é que os bancários que sentirem necessidade de se afastar por conta de problemas psicológicos causados por estresse da situação violenta ocorrida devem solicitar a licença, com laudos médicos, dentro da legalidade. Mas, diante de qualquer dificuldade, podem contar com o Sindicato”, alerta Anatiana. “Exigimos que o Bradesco respeite e apoie esse direito dos bancários. O Sindicato estará monitorando esse processo”, conclui.
Gisele Coutinho – 21/12/12
