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Mais abusos na Cidade de Deus

Linha fina
Bradesco desrespeita funcionários, faz ameaças e inventa justificativas para demitir
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São Paulo – Mais denúncias sobre abusos contra os trabalhadores da Cidade de Deus chegaram ao Sindicato nas últimas semanas. Demissões imotivadas, sobrecarga de trabalho, cobranças desrespeitosas, humilhações, ameaças de demissão e posturas reprováveis de gestores são algumas das queixas.

Muitos departamentos que possuem plataformas ou extensões em locais fora da Cidade de Deus estão deslocando funcionários para a matriz, causando com isso uma concentração grande de trabalhadores em um mesmo espaço físico. De acordo com o dirigente Osvaldo Caetano, o banco está demitindo muitos bancários por causa da superlotação.

“O Bradesco quer reduzir custos por meio do corte de postos de trabalho, mas por outro lado, essa política sobrecarrega os funcionários remanescentes, o que causa adoecimento físico e psíquico”, diz o dirigente, acrescentando que o problema está crescendo de forma preocupante.

Uma bancária do DOPJ – um dos setores que estão sendo afetados com os deslocamentos de funcionários –, confirma as denúncias. “A ameaça de demissão é diária. As pessoas têm medo até de ir ao banheiro e de tomar água. Por causa da sobrecarga de trabalho, os líderes são orientados a controlar essas idas”, conta.

O assédio moral também é constante, de acordo com denúncia de outro bancário. “As pessoas são expostas na frente de todo mundo de uma forma contundente e que deixaria qualquer um desestabilizado”, afirma.

Banco de horas – O dirigente sindical Osvaldo Caetano ressalta que além dos abusos citados, bancários de diversos setores da matriz como DCPS, Varejo, Patrimônio e Telebanco ainda têm de conviver com o sistema de banco de horas. “A medida é desaprovada por todos os bancários com quem conversamos, pois os mesmos são induzidos de forma ameaçadora a aderir esse mecanismo cruel por seus superiores.”

O dirigente lembra que o Sindicato possui um acordo de ponto eletrônico com o Bradesco justamente para coibir o trabalho gratuito. “Se os funcionários forem ameaçados ou constrangidos, devem denunciar.”

Osvaldo frisa que o Sindicato não permitirá que os trabalhadores continuem sendo desrespeitados. “Como se não bastassem as ameaças de demissões imotivadas, os bancários da Cidade de Deus ainda têm de conviver com essa lista de abusos. Vamos pressionar o Bradesco até que ele reveja sua postura para com quem faz o lucro do banco”, afirma o dirigente, acrescentando que o Sindicato possui canal de denúncia de assédio moral no qual o anonimato é garantido. Para fazer sua denuncia clique aqui.


Rodolfo Wrolli – 18/12/2013

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