Pular para o conteúdo principal

Bombeiros fazem rescaldo de incêndio em museu

Linha fina
Um brigadista morreu no Museu da Língua Portuguesa; segundo governo do estado, acervo é virtual e será recuperado
Imagem Destaque
São Paulo – Equipes do Corpo de Bombeiros permanecem há 17 horas no Museu da Língua Portuguesa, no centro da capital paulista, fazendo o rescaldo dos últimos focos do incêndio que destruiu na segunda-feira 21 parte do prédio histórico. Um brigadista do museu, Ronaldo Pereira da Cruz, morreu enquanto trabalhava no controle do fogo.

A Defesa Civil informou que aguarda o fim dos trabalhos do Corpo de Bombeiros para iniciar a vistoria. Há a possibilidade de que um curto-circuito, provocado durante a troca de uma luminária, tenha iniciado o fogo. Essa hipótese foi levantada após relatos de funcionários. Apenas o laudo técnico, porém, poderá confirmar o que realmente causou as chamas.

De acordo com o governo do estado, o acervo perdido do museu era virtual, assim será possível a sua recuperação. O edifício também será reconstruído. “Vamos reconstruir esse museu que traduz a alma do povo brasileiro, com o apoio da população do estado, do Brasil, com nossos parceiros da iniciativa privada”, declarou na segunda-feira 21 o governador Geraldo Alckmin.

“Nosso maior compromisso vai ser com todos os parceiros da sociedade civil, da área museológica brasileira. Começaremos o processo de restauração do museu para que ele possa ser reaberto o mais breve possível”, disse o secretário estadual da Cultura, Marcelo Araújo.

O secretário reforçou que o acervo do museu é digital. "Temos cópias técnicas. A exposição de longa duração poderá ser refeita", disse, acrescentando que a área expositiva foi toda destruída. O secretário não soube responder se o museu tinha alvará de funcionamento, pois a licença é concedida para todo o edifício, que inclui a estação de trens e metrô. "Todos os equipamentos de segurança estavam previstos e instalados." O museu está localizado em uma parte do edifício da Estação da Luz. Um dos cartões-postais da cidade, o prédio foi inaugurado em 1867.

O incêndio começou por volta das 15h30 no primeiro andar do museu e se alastrou atingindo, principalmente, os últimos andares. O telhado foi bastante destruído pelas chamas. O local mais afetado pelo fogo, segundo o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, abrigava uma exposição temporária de cenografia. A exposição principal era sobre vida e obra do historiador e antropólogo Câmara Cascudo. Como o museu não recebe visitas às segundas-feiras, não havia visitantes no local na hora do incêndio. "Os acervos são a alma dos museus. Se não se perdeu o acervo, considero que é uma perda menor", disse Bonduki.

Mais de 100 homens e 60 viaturas dos bombeiros trabalharam no local e conseguiram o controlar o fogo por volta das 17h45. 
Segundo a Secretaria Estadual da Cultura, o museu “atendia a todos os requisitos necessários para a segurança e circulação de visitantes e funcionários, e os procedimentos de segurança eram verificados periodicamente. Além disso, o prédio tem seguro contra incêndio da ordem de R$ 45 milhões”.


Agência Brasil, com edição da Redação – 22/12/2015
seja socio