O Projeto de Lei 817/22 (PL 817/22, de autoria do deputado Kim Kataguiri (União) - que ameaça o direito de greve dos bancários ao propor alterações na Lei 7.783, de 1989, a Lei de Greve, definindo meios eletrônicos de pagamentos e transferências como serviços essenciais - foi incluído na pauta para votação na Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público, na Câmara dos Deputados, em sessão que será realizada nesta quarta-feira 14.
> Vote contra o PL 817/2022 na enquete da Câmara dos Deputados
"As entidades representativas da categoria bancária estão mobilizadas e se articulando junto aos deputados de oposição da Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público. É fundamental que toda a categoria esteja atenta e participe das atividades que serão propostas para pressionar os parlamentares e o presidente da Comissão, Leônidas Cristino (PDT), para barrar este grave ataque contra o nosso direito constitucional de greve", orienta Jeferson Meira, secretário de Relações de Trabalho da Contraf-CUT.
De acordo com a secretária-geral do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro, o PL 817/22, que já era ruim para os trabalhadores, ficou pior com uma emenda do deputado Eli Corrêa Filho (União/SP), que praticamente anula o direito de greve dos bancários e demais trabalhadores do ramo financeiro.
"Sem o direito constitucional de greve, perdemos poder de pressão e a correlação de forças nas negociações com os bancos fica extremamente prejudicada."
Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
Mobilização nas redes
As entidades representativas dos bancários em todo o Brasil promoverão um tuitaço nesta quarta-feira 14, a partir das 9h, no qual toda a categoria demonstrará sua contrariedade ao PL 817/22 em publicações nas redes sociais com a hashtag #GreveÉDireito. Participe!
Pressão dos bancários será decisiva
Nos últimos quinze dias, os bancários provaram em duas oportunidades que a unidade e mobilização da categoria, assim como a articulação das entidades representativas junto aos parlamentares, são fundamentais para barrar ataques aos seus direitos.
No dia 30 de novembro, a pressão da categoria bancária resultou na retirada de pauta, na Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da Câmara dos Deputados, do PL 1043/19, que prevê a abertura de agências aos finais de semana.
Já na última quarta-feira, 7 de dezembro, a mesma pressão e articulação foi responsável pela não apreciação do PL 817/22 na Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público, na Câmara dos Deputados, que agora foi novamente incluído na pauta da sessão desta quarta 14.
"Assim continuaremos até que o PL 817/22, assim como o PL 1043/19, ou quaisquer outros projetos que ataquem nossos direitos, sejam definitivamente arquivados. Vamos à luta", conclama a secretária-geral do Sindicato.