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Igualdade de oportunidades volta a ser debatida

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Reunião entre bancários e a Fenaban retoma discussões a partir dos dados do II Censo da Diversidade
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São Paulo – O movimento sindical retomou na terça-feira 3 os debates da mesa temática de igualdade de oportunidades com a federação dos bancos (Fenaban). A diretora executiva do Sindicato Neiva Ribeiro informa que as discussões  partiram da análise do II Censo da Diversidade, apresentado ao movimento sindical em novembro de 2014.

Os dados apontam poucos avanços em relação à igualdade salarial entre homens e mulheres e ascensão delas a cargos de direção e alta direção, com maiores salários. Tampouco à inclusão de negros e negras no setor financeiro ou à inclusão e encarreiramento de pessoas com deficiência.

“A expectativa é que agora, após analisadas e divulgadas as informações do II Censo, sejam apresentadas propostas para alterar esse quadro de desigualdade na categoria. Esperamos que nessa mesa possamos discutir estratégias para a promoção da igualdade no setor, independentemente de gênero, raça ou orientação sexual, a partir da realidade constatada na pesquisa”, afirma Neiva.

> Censo mostra que desigualdade persiste nos bancos

Nesse encontro, foram acertados o calendário de reuniões da mesa e os representantes dos trabalhadores também apresentaram pauta com propostas para discussão nos encontros seguintes.

A primeira reivindicação é que os bancos apresentem seus planos de cargos, carreiras e salários, para conhecimento e debate. “Essa proposta vem sendo colocada nas últimas campanhas nacionais, mas sem acordo por parte dos bancos. O movimento sindical acredita que os PCSs da maioria dos bancos não permitem a democratização do acesso a cargos melhores, o que tem efeito nefasto para o encarreiramento das mulheres. É só comparar com os dados do censo”, ressalta a dirigente.

Neiva destaca que muitos bancários não conhecem a estrutura interna dos PCS das empresas e nem os critérios objetivos para concorrer às vagas, o que perpetua o quadro de desigualdade. “Em nossa opinião, a discussão de um plano de cargos, carreira e salários transparente e democrático, construído com a participação dos trabalhadores, poderia ser a saída para avançarmos na igualdade de oportunidades. A Fenaban discorda e afirma que todos os grandes bancos dão ampla divulgação a seus PCS e que são de conhecimento de todos. Apesar disso não aceitou incluir essa questão no II Censo”, questiona.

Durante a primeira mesa do ano, o movimento sindical também apresentou proposta de convidar especialistas nas questões de relações de gênero, raça e orientação sexual para fazerem exposições e contribuírem com o debate e a construção de consensos nas próximas mesas. “Estamos completando 14 anos de debates nesta mesa, a sua conquista por si só já constitui um grande avanço e nossa categoria é uma das pioneiras na discussão do tema. Mas precisamos avançar”, reforça a diretora do Sindicato.

Ela lembra que no primeiro Censo da Diversidade, divulgado em 2008, as mulheres recebiam em média 76,4% da remuneração dos homens, e neste segundo, elas passaram a ganhar 77,9%, ou seja, 1,5% a mais em seis anos. “Nesse andamento levaremos 88 anos para ter a mesma remuneração. Temos pressa, precisamos acelerar esse ritmo.”

Assédio sexual – Foi apresentada também a proposta para uma campanha conjunta de sensibilização e combate ao assédio sexual no setor. A Fenaban solicitou prazo até 27 de março para se manifestar quanto ao formato das reuniões e se comprometeu em analisar o material produzido pela Contraf sobre o combate e prevenção ao assédio sexual.

Cronograma – A mesa temática seguinte sobre igualdade de oportunidades será no dia 11 de maio, seguida de outra no dia 27 de julho e uma terceira no dia 11 de dezembro. Neiva informa ainda que o tema estará presente nos debates promovidos pelo Sindicato durante todo o mês de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março).


Redação – 4/3/2015

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