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Gerentes exclusive pedem socorro no Bradesco

Linha fina
Banco não contrata funcionários suficientes para atender correntistas de segmentos exclusivos, o que gera sobrecarga de trabalho, pressão desmedida pelo cumprimento de metas e serviço ineficiente prestado
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São Paulo – O Bradesco está esfolando ainda mais seus gerentes. Está em andamento o reenquadramento dos clientes pessoa física. Realizada de maneira periódica, a operação comporta o “downgrade” e “upgrade” dos correntistas, conforme sua renda e reciprocidade, para incluí-los, retirá-los ou manejá-los entre os segmentos Classic, Exclusive e Prime, que oferecem atendimento diferenciado.

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“Em algumas agências os gerentes, principalmente exclusive, estão passando por um sufoco muito grande. Não há funcionários suficientes para dar conta da demanda, a pressão é enorme pelo cumprimento de metas e eles são constantemente ameaçados de demissão se não atingem os resultados”, relata a dirigente sindical Erica de Oliveira.

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“Ao meu ver o Bradesco quer oferecer uma excelente qualidade de serviços aos clientes, mas não estão contratando ninguém para isso”, reforça um bancário. “O banco quer mais clientes, mas não contrata, não está nem aí para a gente, somos cobrados diariamente via audioconferência. O cliente exclusive vai pedir todos os diferenciais. Você está vendendo o segmento como maravilhoso, mas o cliente comprou gato por lebre, contratou um serviço que na prática não funciona. Vendeu o melhor dos mundos e não está nunca disponível para atender”, completa.

Para se ter uma ideia não só da sobrecarga, mas também do aumento do volume de trabalho, basta comparar duas circulares do banco. A primeira, de maio de 2014, determina que o gerente exclusive deve ter no máximo 750 contas na carteira. Apenas agência com a partir de quatro gerentes terá um assistente – que, segundo bancários, é desviado de função com frequência e por isso não pode ajudar –, e deverão administrar até 3 mil contas. Na versão recente, de setembro de 2014, os mesmos quatro gerentes e um funcionário extra terão que administrar a “quantidade ideal” de 3,3 mil contas.

“Só no Bradesco 750 vezes quatro dá 3.300 e não 3.000”, ironiza Erica ao referir-se sobre a quantidade desigual de contas correntes que um e quatro gerentes tem de administrar. “A pressão está muito grande, os bancários estão se queixando muito, é pouco tempo para tanto trabalho, é muito produto para vender, é muita conta para administrar é muito tudo para pouco bancário. Estamos reivindicando reunião com o banco para discutir a situação destes trabalhadores.”


Rodolfo Wrolli – 16/3/3015

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