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Bancário é demitido por usar barba no Bradesco

Linha fina
Dirigente do Sindicato afirma que situação mostra política ultrapassada de gestão de pessoas no banco
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São Paulo – Um bancário do Bradesco foi demitido por usar barba. “Foi muito rápido. A gerente havia me dito que ‘no banco você não vai ficar assim’, mas não imaginava que chegaria nesse ponto”, contou Paulo Cezar Britto Pereira, 24 anos.

O bancário se sentia pressionado e conta que já foi alvo de insinuações constrangedoras, no entanto, achava que o uso da barba não acarretaria em uma demissão. “Por que não pode usar barba no banco? Tem alguma pesquisa, alguma estatística que mostre que isso interfere negativamente no trabalho? Você pode ser um bom profissional, bater as metas, mas é descartado por causa de uma coisa dessas. Nunca vou entender”, disse.

“Tantas cobranças e exigências por cumprimento de metas que mesmo sendo entregues não são consideradas e os bancários continuam sem nenhum tipo de valorização ou ao menos respeito”, comentou a Anatiana Alves, diretora da Fetec-CUT/SP.

O ex-funcionário trabalhava há quatro anos no Bradesco, no momento da dispensa ouviu que sua saída era apenas um rompimento de contrato de trabalho, sem explicações do que motivou a decisão. A demissão ocorreu uma semana depois de uma nova gerente chegar na agência. ”O fato de usar barba nada interfere no trabalho do bancário, isso é uma escolha que está ligada a sua identidade, sem nenhum impacto no seu desempenho profissional.  O banco, ao demitir um trabalhador por esse motivo, dá uma clara demonstração do quanto é um banco atrasado, pois nenhuma outra instituição financeira faz esse tipo de exigência ou de cobrança”, criticou a dirigente.

O bancário registrou a própria aparência com fotos e vídeos, para provar que não havia exageros no comprimento da barba. “Estava como quem passa apenas três dias sem fazer a barba”, ressaltou. Segundo Anatiana, a situação mostra que o Bradesco precisa se atualizar não somente em novas tecnologias, como têm feito em larga escala (o que têm gerado demissões e sobrecarga de trabalho), mas principalmente no que diz respeito à gestão de pessoas.


Luana Arrais – 23/3/2015

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