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Lula destaca engajamento no 1º de maio do Vale

Linha fina
“Jamais volto a 1º de maio que distribui geladeira”, afirmou o ex-presidente, durante ato cívico organizado pela CUT, centrais e movimentos sociais
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São Paulo – Durante o 1º de Maio popular no Vale do Anhangabaú, que reuniu cerca de 60 mil pessoas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou clara a diferença entre a manifestação da CUT, centrais sindicais e movimentos sociais, e a festa organizada pela central que apoia o PL 4330 da terceirização sem limites e retira direitos.

“Eu tinha jurado a mim mesmo que nunca mais participaria de um ato de 1º de maio que misturasse distribuição de geladeira, de carro e festa com ato político. Na hora de discutir política, a gente não diz que vai trazer o trabalhador aqui pela geladeira. A gente diz que quer ele aqui para discutir política.”

Em sua intervenção, Lula focou na terceirização para todos os setores da empresa e a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.

Sobre a terceirização, o ex-presidente citou a pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística de Estudos Socioeconômicos) e comentou dados sobre acidentes, trabalho escravo, além de ressaltar que os prestadores de serviço ganham menos e trabalham mais. “Esses dados é para que a imprensa registre e publique. Esse tema é um ponto de honra para o movimento sindical”, definiu.

Sobre a redução da maioridade penal, afirmou que antes de mandar um menino pra cadeia é preciso conhecer a realidade das famílias desse jovem. “Esse tema é caro às periferias e aos trabalhadores. Uma parte da elite brasileira acha que vai resolver os problemas do Brasil mandando um moleque de 15, de 16 e 17 anos pra cadeia. Mas eu pergunto o que fizeram nesses 500 anos que não deram oportunidades para esses jovens que caíram no crime”, questionou.

Ainda sobre o tema, Lula citou a dificuldade de acesso à universidade, que chegou só 400 anos após a descoberta do Brasil e elencou que a PEC 171 (da maioridade penal) é apenas uma medida num pacote que inclui, além da terceirização e da redução da maioridade, um projeto de falsa reforma política.

Revistas são um lixo – A manipulação da informação, uma semana após o aniversário de 50 anos da Globo, também foi destaque na fala de Lula.  “Essas revistas brasileiras são um lixo. Não valem nada. Peguem todos os jornalistas da Veja e da Época e enfie um dentro do outro que não dá 10% da minha honestidade.”

O presidente ainda pediu paciência com Dilma e provocou dizendo que a elite brasileira tem medo de sua volta à presidência. "São 12 anos de PT com aumento real de salário. Eles deveriam acender uma vela pra agradecer o que eu e Dilma fizemos. Não me chame pra briga que eu sou bom de briga. Está aceita a provocação.”

Lideranças – Além de Lula, outras lideranças falaram durante o 1º de Maio no Vale do Anhangabaú. Para o vice-presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, “este é um 1º de maio construído dentro deste quadro de defesa dos direitos dos trabalhadores. E contenção do avanço do conservadorismo no Brasil”, finalizou.

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo já enfrenta esta luta há muito tempo. As empresas da grande mídia preferem contratar pessoas jurídicas (PJs). “Trabalham sábado, domingo, não têm férias, não tem 13º e a pessoa entra num tipo de vida na qual ela não para de trabalhar nunca pra ganhar menos do que um profissional contratado. Então isso é a realidade da terceirização”, afirmou Paulo Zocchi, presidente do sindicato.

Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares, disse que “a importância deste ato é porque ele tem uma ampla unidade de várias centrais sindicais da CUT, CTB, Intersindical e também dos movimentos populares, a Central de Movimentos populares, MST, MTST, UNE. É um 1º de maio que não é só o movimento sindical como tem acontecido nos últimos anos. É o 1º de maio dos movimentos sociais.”

Para Lira Alli, do Levante Popular da Juventude, os jovens se juntam à luta da classe trabalhadora e de toda população que quer o fim da corrupção. “A gente sabe que é fundamental lutar pelo fim do financiamento empresarial de campanha. Eu nunca vi isso, sindicato não pode financiar campanha, ou seja os trabalhadores não podem financiar campanha, mas os empresários podem! Vamos combinar que isso é uma disputa muito injusta? Vamos combinar que tem um lado que sai ganhando muito neste jogo? Tem que acabar o quanto antes com o financiamento empresarial de campanha.”

Outro ponto foi a defesa da Petrobrás. Para Cibele Vieira, da Federação Única dos Petroleiros, toda vez que há disputa de projeto a Petrobras volta para o centro do debate. “A Petrobras se tornou a maior petrolífera no mundo, seria ingenuidade nossa achar que os interesses internacionais não virão com mais força contra nosso projeto popular de usar o petróleo para desenvolvimento da indústria nacional, saúde e educação.”

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Érica Aragão, Luiz Carvalho e Vanessa Ramos, com edição da Redação - 4/5/2015

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