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Professores de SP enfrentam descaso de Alckmin

Linha fina
Enquanto governo estadual nega paralisação, profissionais lutam há 54 dias por educação de qualidade
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São Paulo - Para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não existe greve de professores da rede estadual, portanto, não há negociação. Mas o mesmo governo que ignora a greve move ação contra os educadores pelo desconto dos dias parados.

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Na quinta 7, o movimento completa 54 dias e recebe apoio de alunos, pais e de outras categorias. O Sindicato participa do ato de desagravo aos professores em greve, às 13h30, na Praça da Sé, durante audiência convocada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Não faltam motivos para os professores cruzarem os braços. A paralisação, iniciada em 13 de março, reivindica reajuste salarial de 75,33% para garantir a equiparação com outras categorias profissionais que possuem o mesmo nível de formação. E não é só por salário, ainda que a discrepância entre outras categorias seja gritante.

Os professores lutam por educação de qualidade e denunciam as más condições de trabalho, como a precarização dos profissionais temporários, que não têm seus direitos trabalhistas reconhecidos, contra o fechamento de mais de 3 mil salas de aula e a consequente superlotação.

A rotina de Eduardo Mia, professor de geografia, é emblemática do caos nas escolas estaduais. “Salas de aula que deveriam comportar até 25 alunos já ultrapassam 50. A mídia é tendenciosa, não mostra essa realidade”, protesta. “Aluno me xinga, me ameaça, já jogaram pedra no meu carro.” Não bastasse a violência no dia a dia, muitos são obrigados a lecionar em ambientes precários. “Há partes quebradas no telhado da escola onde dou aula, na zona oeste. Quando chove, a sala dos professores fica alagada.”

Na sexta 8, às 14h, os professores realizam nova assembleia para decidir os rumos da paralisação.

Destroços - A Escola Estadual Professora Renata Menezes dos Santos é mais um exemplo do descaso do governo Alckmin com a educação. Localizada na periferia da zona sul, a escola pegou fogo em novembro de 2014 e até hoje ainda está em destroços.

Sidnéia Aparecida Chagas, membro da Associação de Pais e Mestres da escola, e outros moradores cobram providências da Secretaria Estadual de Educação desde o incêndio. “Pedimos a colocação de tapumes e retirada dos escombros. Mas nem isso fizeram. Não deram sequer prazo para a reconstrução. Enquanto isso, nossas crianças se somam a outras de outra escola distante, e superlotam as salas.”

 

Gisele Coutinho e Jair Rosa - 7/6/2016

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