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São Paulo – Estamos em maio e o Bradesco já tem muito que comemorar em 2015 com seus exorbitantes resultados. Do outro lado, funcionários amargam uma triste realidade de pressão por metas. Segundo comunicados do banco, um gerente deve ter 750 clientes “encarteirados”, como chamam, na categoria Exclusive, e diretores cobram a meta diária de cinco novos clientes da modalidade, na carteira de cada gerente. O caso já foi denunciado pelo Sindicato no fim de 2014.
“O diretor liga na agência e diz que não importa como alcançaremos a meta, mas que ela deve ser atingida. Pra mim o que ele faz é abusivo. Sinto-me constrangido, pressionado e desanimado”, relata um gerente. Em outra unidade do Bradesco, uma gerente sofre de gastrite: “Já virou uma gastrite crônica, por conta do estresse”. Ela toma fortes remédios para tolerar a dor que piora por conta da pressão exercida.
A meta de 750 contas dividida por 22 dias úteis dá uma média de 34 clientes por dia. “Como esses clientes terão atendimento diferenciado ou exclusivo? O Bradesco precisa contar o segredo de como atender bem e de forma exclusiva 34 clientes por dia”, protesta a dirigente sindical Erica Oliveira.
O banco lucrou R$ 4,2 bilhões somente nos primeiros três meses de 2015, mas eliminou 4,5 mil postos de trabalho em todo o país desde o mesmo período de 2014. O resultado é muito trabalho e pouca gente para executá-lo. “Nosso gerente-geral passa de cinco em cinco minutos cobrando upgrade. A pressão é muito grande. Somos enxotados por clientes e estamos sem condições para atendê-los”, conta o bancário.
“Não vamos deixar de cobrar o banco, pois o problema se agrava a cada dia e esta situação não é normal. Não admitimos que os trabalhadores adoeçam por conta de metas abusivas e totalmente fora da realidade das agências”, protesta Erica.
Clientes – Os usuários também são penalizados com a política do banco de enxugar o quadro funcional. No primeiro trimestre de 2015 o número de agências caiu. São 17 unidades a menos (4.661) comparando com o mesmo período de 2014 (4.678). Mas os clientes continuam desembolsando um bom dinheiro com as altas tarifas. As receitas provindas das taxas de prestação de serviços registraram R$ 5,7 bilhões no primeiro trimestre de 2015, crescimento de 10% em relação ao 1° trimestre de 2014 (R$ 5,2 bilhões).
“Bancário não é máquina. Cliente também não. Não é possível ‘virar a chave’ e conquistar novos clientes Exclusive a todo custo. Muitas vezes o processo de adesão do cliente nessa modalidade não é concluído e a culpa recai toda sobre os gerentes, que vivem um verdadeiro tormento com a rotina insana imposta pelo banco”, explica Erica. O Sindicato cobra da direção do Bradesco que o modo de gestão, focado nas metas abusivas, seja repensado e os supervisores reorientados.
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“O diretor liga na agência e diz que não importa como alcançaremos a meta, mas que ela deve ser atingida. Pra mim o que ele faz é abusivo. Sinto-me constrangido, pressionado e desanimado”, relata um gerente. Em outra unidade do Bradesco, uma gerente sofre de gastrite: “Já virou uma gastrite crônica, por conta do estresse”. Ela toma fortes remédios para tolerar a dor que piora por conta da pressão exercida.
A meta de 750 contas dividida por 22 dias úteis dá uma média de 34 clientes por dia. “Como esses clientes terão atendimento diferenciado ou exclusivo? O Bradesco precisa contar o segredo de como atender bem e de forma exclusiva 34 clientes por dia”, protesta a dirigente sindical Erica Oliveira.
O banco lucrou R$ 4,2 bilhões somente nos primeiros três meses de 2015, mas eliminou 4,5 mil postos de trabalho em todo o país desde o mesmo período de 2014. O resultado é muito trabalho e pouca gente para executá-lo. “Nosso gerente-geral passa de cinco em cinco minutos cobrando upgrade. A pressão é muito grande. Somos enxotados por clientes e estamos sem condições para atendê-los”, conta o bancário.
“Não vamos deixar de cobrar o banco, pois o problema se agrava a cada dia e esta situação não é normal. Não admitimos que os trabalhadores adoeçam por conta de metas abusivas e totalmente fora da realidade das agências”, protesta Erica.
Clientes – Os usuários também são penalizados com a política do banco de enxugar o quadro funcional. No primeiro trimestre de 2015 o número de agências caiu. São 17 unidades a menos (4.661) comparando com o mesmo período de 2014 (4.678). Mas os clientes continuam desembolsando um bom dinheiro com as altas tarifas. As receitas provindas das taxas de prestação de serviços registraram R$ 5,7 bilhões no primeiro trimestre de 2015, crescimento de 10% em relação ao 1° trimestre de 2014 (R$ 5,2 bilhões).
“Bancário não é máquina. Cliente também não. Não é possível ‘virar a chave’ e conquistar novos clientes Exclusive a todo custo. Muitas vezes o processo de adesão do cliente nessa modalidade não é concluído e a culpa recai toda sobre os gerentes, que vivem um verdadeiro tormento com a rotina insana imposta pelo banco”, explica Erica. O Sindicato cobra da direção do Bradesco que o modo de gestão, focado nas metas abusivas, seja repensado e os supervisores reorientados.
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Gisele Coutinho – 13/5/2015