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São Paulo – O eventual aumento na taxa de juros (Selic) na reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que se encerra nesta quarta-feira 29, é um remédio exagerado para o controle da inflação, que vai aprofundar o quadro recessivo e o arrocho salarial no país, defendeu na terça 28 em comentário à Rádio Brasil Atual Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese.
> Áudio: íntegra do comentário do diretor técnico do Dieese na Rádio Brasil Atual
“Na nossa avaliação, esse instrumento não é adequado para o tipo de inflação que temos, porque a sociedade não está consumindo mais do que é capaz de produzir, e a taxa de juros visa a adequar o consumo e a produção; o nosso problema não é desse descompasso”, afirmou Lúcio. Segundo ele, a inflação no país reflete pressões de custos por conta de fatores conjunturais.
“Nós temos observado que a inflação está muito acima da meta, especialmente por um conjunto de fatores de choques, seja de preço de alimentos, pela falta ou excesso de água. Há pouco tempo, na região sul, tivemos vários lugares com excesso de chuva e com um impacto pesado sobre a produção de alimentos, o que repercute nos preços. Tivemos a mudança do câmbio, que dá um impacto sobre os produtos importados. Tivemos os reajustes pela falta de água, no preço de energia porque passamos a produzir energia elétrica com combustível fóssil, que é mais caro do que produzir com água. São várias mudanças que causam impactos para a inflação numa taxa superior, que precisará de um tempo para ser absorvido”, defendeu.
Este ano o governo já gastou quase R$ 300 bilhões com o pagamento de juros, o chamado serviço da dívida. Graças à elevação sistemática da Selic nos últimos seis meses, esse gasto já supera o de anos anteriores, como 2013, que ficou em R$ 249 bilhões, segundo o Banco Central.
“Espero que o BC veja que a inflação cairá em médio prazo no sentido da meta, porque não é possível que usemos um remédio perverso e oneroso para a sociedade, para trazer em curto prazo a inflação perto da meta, mas com um custo social elevadíssimo. Não creio que seja adequado esse custo social para esse objetivo, nós podemos ter uma politica monetária um pouco mais branda, assumindo que faremos essa transição de forma mais lenta, mas com um custo socioeconômico menor”, acredita Lúcio.
Rede Brasil Atual - 29/7/2015
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“Na nossa avaliação, esse instrumento não é adequado para o tipo de inflação que temos, porque a sociedade não está consumindo mais do que é capaz de produzir, e a taxa de juros visa a adequar o consumo e a produção; o nosso problema não é desse descompasso”, afirmou Lúcio. Segundo ele, a inflação no país reflete pressões de custos por conta de fatores conjunturais.
“Nós temos observado que a inflação está muito acima da meta, especialmente por um conjunto de fatores de choques, seja de preço de alimentos, pela falta ou excesso de água. Há pouco tempo, na região sul, tivemos vários lugares com excesso de chuva e com um impacto pesado sobre a produção de alimentos, o que repercute nos preços. Tivemos a mudança do câmbio, que dá um impacto sobre os produtos importados. Tivemos os reajustes pela falta de água, no preço de energia porque passamos a produzir energia elétrica com combustível fóssil, que é mais caro do que produzir com água. São várias mudanças que causam impactos para a inflação numa taxa superior, que precisará de um tempo para ser absorvido”, defendeu.
Este ano o governo já gastou quase R$ 300 bilhões com o pagamento de juros, o chamado serviço da dívida. Graças à elevação sistemática da Selic nos últimos seis meses, esse gasto já supera o de anos anteriores, como 2013, que ficou em R$ 249 bilhões, segundo o Banco Central.
“Espero que o BC veja que a inflação cairá em médio prazo no sentido da meta, porque não é possível que usemos um remédio perverso e oneroso para a sociedade, para trazer em curto prazo a inflação perto da meta, mas com um custo social elevadíssimo. Não creio que seja adequado esse custo social para esse objetivo, nós podemos ter uma politica monetária um pouco mais branda, assumindo que faremos essa transição de forma mais lenta, mas com um custo socioeconômico menor”, acredita Lúcio.
Rede Brasil Atual - 29/7/2015