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Moção cobra direito de saber a verdade

Linha fina
Documento foi aprovado pelos bancários durante a plenária final do 3º Congresso da Contraf-CUT
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Guarulhos - A plenária final do 3º Congresso da Contraf-CUT, realizada na manhã deste domingo (1º), em Guarulhos (SP), aprovou por unanimidade uma moção pelo direito de saber a verdade e contra os crimes da ditadura militar no Brasil (1964 a 1985). Trata-se de um repúdio "àqueles que querem cercear o direito de todos tomarem conhecimento dos crimes cometidos".

Os 316 delegados alertam que "o povo trabalhador brasileiro está atento a qualquer ato que possa vir a comprometer a democracia em nosso país".

O documento lembra Aloísio Palhano, ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e um dos fundadores da primeira confederação nacional dos bancários, no final da década de 1950, que foi preso, torturado e morto nas dependências do DOI-CODI.

"A anistia foi para pacificar o Brasil, não para esconder sua história!", conclui o texto aprovado.

Leia abaixo a íntegra da moção:

Pelo direito de saber a verdade
Contra os crimes da ditadura militar no Brasil (1964 a 1985)

O 3° Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em respeito ao Direito à Verdade, faz saber à classe trabalhadora, à Nação e ao povo brasileiro, que aprova MOÇÃO DE REPÚDIO:

- àqueles que querem cercear o direito de todos tomarem conhecimento dos crimes cometidos durante a Ditadura Militar no Brasil;
- repudia as comemorações dos militares em apoio ao Golpe Militar, negando que ele foi contra a democracia existente na época e contra um governo constituído.

Os trabalhadores da área financeira de todo o país, reunidos neste congresso, se solidarizam com os manifestantes reunidos ordeiramente no Rio de Janeiro para exigir o direito à verdade.

Este Congresso condena esta abominável comemoração, que enalteceu o assassinato, a prisão, a tortura, o exílio e o desaparecimento de centenas de trabalhadores, estudantes, intelectuais, que dedicaram ao povo brasileiro os seus melhores anos, suas vidas e seus ideais. Dentre eles Aloísio Palhano, ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e um dos fundadores da primeira confederação nacional dos bancários, na década de 1950, que foi preso, torturado e morto nas dependências do DOI-CODI.

Este Congresso alerta que o povo trabalhador brasileiro está atento a qualquer ato que possa vir a comprometer a democracia em nosso país, e exige das atuais autoridades federais o pronto cumprimento da solene promessa de implantar uma Comissão da Verdade, que investigue com integridade e de forma rápida e objetiva, a justeza dos fatos políticos ocorridos no período de 1964 a 1985, até hoje ocultados do povo brasileiro.

A história não pode e não deve ser escondida ou apagada. Os parentes e amigos, além dos brasileiros em geral, têm direito a saber onde estão seus irmãos, pais e filhos assassanidos pela repressão.

Esta Comissão é um caminho para que o Brasil possa vir a conhecer seus verdadeiros heróis, ainda sufocados pelos escombros da história vigente, criada pela ditadura e pelos inimigos da democracia.

Devemos respeitar as manifestações pacíficas e o direito de organização da sociedade. Só não podemos aceitar a proibição de se saber a verdade, mesmo que em nome de uma legalidade sem legitimidade.

A anistia foi para pacificar o Brasil, não para esconder sua história!

Vamos recuperar a história dos nossos heróis!

Aloísio Palhano e outras centenas de mártires ............... PRESENTES

PELA COMISSÃO DA VERDADE JÁ !

São Paulo, 1° de Abril de 2012,

Plenária do 3° Congresso da Contraf-CUT


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Contraf-CUT - 1/4/2012

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