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São Paulo – A crise hídrica em São Paulo parece afetar apenas a população que sofre com torneiras vazias durante longos períodos do dia e com contas cada vez mais caras. Após reajustar a tarifa de água e esgoto na Grande São Paulo, a Sabesp aumentou seu lucro em 11,5% no segundo trimestre de 2015.
De acordo com dados do balanço financeiro da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, divulgado na sexta-feira 14, a Sabesp teve lucro líquido de R$ 337,3 milhões entre os meses de abril e junho, contra R$ 302 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
Com o aumento do lucro, os principais beneficiados são os acionistas da companhia, que nos últimos sete anos receberam R$ 3,4 bilhões em dividendos. Por lei, uma empresa de capital aberto é obrigada a repassar 25% dos lucros aos investidores, mas a Sabesp foi “generosa” e repassou 48% a mais que o mínimo legal no período. Nenhuma das grandes companhias de saneamento que negociam ações na bolsa de Nova York foi tão atrativa quanto a Sabesp.
“Estamos em uma situação precária e vergonhosa em relação à água, inclusive com ameaça à saúde pública. A crise é derivada de um erro de planejamento, que incorporou um modelo de gestão baseado na lucratividade. Essa busca pelo lucro a qualquer custo faz com que não se invista em políticas que permitam o uso racional da água”, critica Delmar Mattes, geólogo e ex-secretário de Vias Públicas e de Obras da Prefeitura de São Paulo. “A política para a água no estado de São Paulo é privatizante e incompatível com um bem público”, acrescenta.
Menos água e conta mais cara – De acordo com o balanço, a companhia teve queda de 8,3% no volume faturado de água e de 6,3% no de esgoto. Ou seja, mesmo distribuindo menos água para a população, a Sabesp se beneficiou de dois aumentos na tarifa em seis meses e viu seus lucros aumentarem.
O primeiro reajuste, de 6,5%, aconteceu em dezembro de 2014. Já o segundo aumento, de 15,4%, ocorreu em junho deste ano sob a justificativa da piora na crise hídrica e da “difícil” situação financeira da Sabesp.
Antes de conseguir a autorização para o aumento, a companhia tinha pleiteado índice ainda maior, de 22,7%, junto a Aresp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo). Após ter a solicitação recusada, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirmou que o reajuste menor que o pretendido acarretaria na diminuição de investimentos em saneamento.
Leia mais
> 'Prenúncio do caos', diz especialista sobre água
> MP quer ouvir população sobre falta de água em SP
> SP teve hiperepidemia de diarreia no ano passado
Felipe Rousselet – 14/8/2015
De acordo com dados do balanço financeiro da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, divulgado na sexta-feira 14, a Sabesp teve lucro líquido de R$ 337,3 milhões entre os meses de abril e junho, contra R$ 302 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
Com o aumento do lucro, os principais beneficiados são os acionistas da companhia, que nos últimos sete anos receberam R$ 3,4 bilhões em dividendos. Por lei, uma empresa de capital aberto é obrigada a repassar 25% dos lucros aos investidores, mas a Sabesp foi “generosa” e repassou 48% a mais que o mínimo legal no período. Nenhuma das grandes companhias de saneamento que negociam ações na bolsa de Nova York foi tão atrativa quanto a Sabesp.
“Estamos em uma situação precária e vergonhosa em relação à água, inclusive com ameaça à saúde pública. A crise é derivada de um erro de planejamento, que incorporou um modelo de gestão baseado na lucratividade. Essa busca pelo lucro a qualquer custo faz com que não se invista em políticas que permitam o uso racional da água”, critica Delmar Mattes, geólogo e ex-secretário de Vias Públicas e de Obras da Prefeitura de São Paulo. “A política para a água no estado de São Paulo é privatizante e incompatível com um bem público”, acrescenta.
Menos água e conta mais cara – De acordo com o balanço, a companhia teve queda de 8,3% no volume faturado de água e de 6,3% no de esgoto. Ou seja, mesmo distribuindo menos água para a população, a Sabesp se beneficiou de dois aumentos na tarifa em seis meses e viu seus lucros aumentarem.
O primeiro reajuste, de 6,5%, aconteceu em dezembro de 2014. Já o segundo aumento, de 15,4%, ocorreu em junho deste ano sob a justificativa da piora na crise hídrica e da “difícil” situação financeira da Sabesp.
Antes de conseguir a autorização para o aumento, a companhia tinha pleiteado índice ainda maior, de 22,7%, junto a Aresp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo). Após ter a solicitação recusada, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirmou que o reajuste menor que o pretendido acarretaria na diminuição de investimentos em saneamento.
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Felipe Rousselet – 14/8/2015
