São Paulo - Em vez de aumento real, os bancos ofereceram reajuste de 5,5% para os bancários, o que não passa nem perto de repor a inflação de 9,88% (INPC) e representa perdas de 4%. A proposta para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho revoltou toda a categoria, que se prepara para uma grande greve dentro da Camanha Nacional. Nesta terça-feira 29, Dia Nacional de Luta, dirigentes sindicais retardaram até meio dia o início das atividades no CAT (Centro Administrativo Tatuapé), concentração do Itaú localizada na zona leste de São Paulo.
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“É uma espécie de esquenta, um aviso para os banqueiros sobre a força da nossa Campanha e da mobilização da categoria”, explicou a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva. “Não faz sentido deixar de fazer a greve quando um setor que ganha muito não propõe nem a reposição da inflação”, destacou.
Durante a paralisação, bancários falaram sobre a expectativa com a Campanha deste ano e se mostraram indignados com a Fenaban.
“A proposta [dos bancos] é muito aquém do que nós merecemos. É um desrespeito com a categoria, que contribui todos os dias para que os bancos tenham tantos resultados. Merecemos um reconhecimento maior”, cobrou um bancário do Itaú.
“A inflação ficou em quase 10%. Não podemos ser penalizados por uma coisa que a gente não teve culpa. Nós trabalhamos e demos resultado o ano inteiro”, acrescentou uma bancária da instituição.
Abono não é aumento real – Durante o ato, dirigentes chamaram a atenção dos trabalhadores para o fato de que o abono proposto, de R$ 2,5 mil, não substitui o aumento real de salários defendido pelo Sindicato.
“A questão do abono deve ser vista de forma muito crítica pelos bancários. Ele não incorpora ao salário. O trabalhador recebe uma única vez e acabou. É diferente do aumento real, que incorpora no salário e rebate, por exemplo, no 13º e nas férias (...) O abono é um cala boca dos bancos para tentar encerrar nossa Campanha e mudar a lógica de negociação dos últimos anos, quando sempre conquistamos o aumento real”, defendeu a diretora do Sindicato Ana Tercia Sanches.
Assembleia - Também foi reforçada a importância dos trabalhadores comparecerem à assembleia convocada pelo Sindicato para a quinta-feira 1º, às 19h, no Quadra dos Bancários, localizado na Rua Tabatinguera, 192, Sé.
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“Quanto mais cheia a assembleia, mais fica demonstrada para os banqueiros a insatisfação da categoria. Nós sabemos que existe uma repressão muito grande em paralisações nos locais de trabalho, mas a assembleia é durante a noite. Dá para todos participarem”, afirmou Ivone.
"Acho que todo mundo tem que se ajudar e se engajar para a gente conseguir um aumento legal, e não 5,5%. Eu acho que não vai fechar nisso. Essa é a minha percepção”, concordou uma trabalhadora do CAT que acompanhava as falas dos dirigentes durante a paralisação.
Além do CAT, o início das atividades também foi retardado, neste Dia Nacional de Luta, no Bradesco Santa Cecília, Vila Santander e ITM, do Itaú, todas concentrações bancárias localizadas na capital paulista.
Felipe Rousselet – 29/9/2015
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No Dia Nacional de Lutas, Sindicato retardou início das atividades no Centro Administrativo Tatuapé, do Itaú, para dialogar com bancários e convocá-los para a assembleia desta quinta
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