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Contingenciar é desrespeitar direito de greve

Linha fina
Mesmo garantido na Constituição, bancos se valem de golpes baixos para tentar enfraquecer movimento; saiba como identificar e denunciar, pois conquistas são obtidas com organização dos trabalhadores
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São Paulo – Ao invés de se negociar para apresentar proposta decente aos bancários, mais uma vez os bancos estão se organizando para desrespeitar o direito de greve dos trabalhadores por meio dos famigerados contingenciamentos. Santander, Itaú e Banco do Brasil já revelaram que a prática, contrária à lei e até à Constituição Federal, será mantida na Campanha Nacional deste ano.

O contingenciamento pode ser evidenciado pela transferência de departamentos inteiros ou agências para outros prédios. Também é caracterizado por obrigar o funcionário a começar a jornada ainda de madrugada ou a trabalhar de casa.

O objetivo dos bancos com essas determinações é enfraquecer a greve burlando a presença de dirigentes sindicais ou outros grevistas em frente aos locais de trabalho – estratégia utilizada pelo movimento para orientar os trabalhadores de forma que possam participar da paralisação livres da coação dos gestores.

A greve é um direito previsto na Constituição Federal e na lei que regulamenta o tema (7.783/89). Os bancários que sofrerem abusos como os descritos acima devem denunciar ao Sindicato pelo 3188-5200, pelo fale conosco (clique aqui e escolha o setor "site") ou via SAC do Sindicato no WhatApp pelo (11) 99642-7196 e o sigilo do denunciante é total.

“Todas as conquistas da categoria, como PLR, reajuste acima da inflação nos últimos anos, vales alimentação, refeição, auxílio-creche e tantos outros direitos só foram obtidos por meio da greve”, frisa a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva. “Por isso é muito importante que a greve seja forte: os bancos só atendem nossas reivindicações com a organização e a adesão dos trabalhadores”, acrescenta.  

No BB – O Banco do Brasil é o caso mais grave. Mesmo após ultimato do Ministério Público do Trabalho (MPT) exigindo que a instituição interrompa o processo de contingenciamento de trabalhadores, o Sindicato recebeu informações de que o processo continua.

> Denúncia aponta contingenciamento no BB

As denúncias indicam aumento das verbas administrativas do SAC – departamento que o banco pretende contingenciar – para os próximos meses, recebimento de grande quantidade de crachás eletrônicos para ingresso em prédios comerciais e busca de informações para alteração de local de fornecimento de café da manhã e serviços de cantina. 

Santander – Nem bem começou a greve e o Santander já se valeu de contingenciamento no dia nacional de luta contra a proposta apresentada pela federação dos bancos que pretende impor perdas de 4% nos salários, na PLR, nos vales  auxílios. Naquela terça-feira 29 de setembro, os trabalhadores do Vila Santander – concentração paralisada pelo Sindicato – foram obrigados a trabalhar em outros prédios.  E no dia seguinte ainda receberam do banco mensagem ultrajante por meio da intranet: “A contingência da greve foi um sucesso, graças ao seu empenho e atitude em garantir um excelente atendimento ao cliente. Juntos somos mais fortes!”

> Santander desrespeita mobilização dos bancários

Itaú – O banco já tem contingência montada em prédios específicos para esse fim. Grupos de Whatsapp para troca de informações e esquemas de táxi para as madrugadas são outras movimentações que indicam desrespeito ao movimento dos trabalhadores.

Nos departamentos, algumas posições de trabalho foram marcadas com bandeirinhas laranjas, indicando que aquelas máquinas foram designadas para contingenciamento. No departamento de Tecnologia da Informação, funcionários já estão recebendo notebooks para trabalhar em casa.

Nas centrais de atendimento do segmento PJ, os funcionários tiveram os horários e os locais de trabalho alterados, sem sequer serem consultados quanto período da escola dos filhos ou outros problemas particulares.

Os trabalhadores das centrais de atendimento já receberam crachás de outra empresa e também foram deslocados algumas vezes para outro prédio, mesmo sem que houvesse paralisação.

Bradesco e Caixa – Já a estratégia que o Bradesco e a Caixa utilizam para trapacear a greve é o deslocamento de funcionários de um departamento para outro.

Nos últimos meses, a instituição pública ainda expandiu o acesso ao VPN – sistema que permite o trabalho remoto – a um número maior de empregados, inclusive a gestores de agência. Um óbvio indício de que terão de trabalhar de casa.

“O Sindicato repudia e não vai aceitar esse tipo de prática abusiva e totalmente desrespeitosa à organização dois trabalhadores. Os bancários devem denunciar, pois os bancos já deixaram claro: só avançaremos por meio de uma greve forte”, reforça Ivone.

Leia mais
> Orientações do Sindicato para a greve
> Informações para clientes bancários
> Informação confiável é com o Sindicato
> Horário de atendimento muda durante greve


Redação – 5/10/2015
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