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São Paulo – Os estudantes do ensino médio que desde ontem ocupam a Escola Estadual Diadema, em Diadema, no ABC paulista, mais conhecida como Cefam, afirmam que só uma decisão da Justiça, a fadiga ou a desistência do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de fechar ali o ensino noturno pode pôr fim à manifestação.
“Estamos acampados no pátio da escola. Temos apoio de pais, professores e colegas”, diz o estudante da 1ª série Júlio César Máximo, que completa 16 anos nesta quarta-feira 11.
Durante a entrevista, ele foi interrompido por pais que vieram trazer mais colchões e alimentos; outros, vieram para saber se os estudantes precisam de algo. E há ainda os que vêm para se juntar ao movimento.
Em Diadema, os pais assinaram termo de responsabilidade, autorizando seus filhos, todos com menos de 18 anos, a dormirem na escola. Uma luta que também é deles, segundo Júlio. "A escola é limpa, não faltam professores e há relação afetiva entre a escola e pais de alunos, muitos dos quais estudaram aqui também".
De acordo com ele, todas as escolas no estado estão mobilizadas a ponto de iniciar ocupações a qualquer momento. No caso de Diadema, a decisão foi tomada quando os estudantes do 9º ano foram orientados a fazer matrícula em outra escola. “Foi o nosso gatilho, que pelo jeito coincidiu com o movimento dos alunos do Fernão Dias (escola localizada em Pinheiros, na capital, onde também há ocupação)”.
Segundo o aluno, ao contrário do Fernão Dias, onde a ação da polícia foi truculenta, em Diadema a polícia tem dialogado com os estudantes. "Aqui é a direção que está tentando nos intimidar; ligam a todo momento para nossos pais, pedindo que venham nos buscar".
Os estudantes não querem o fim do ensino médio no Cefam, oferecido somente à noite. A escola é bem avaliada, os estudantes têm bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, em outros concursos e até mesmo olimpíadas internacionais. Recentemente, um ex-aluno foi campeão mundial numa disputa técnica na área de usinagem.
“Por isso, os pais estão apoiando a nossa manifestação, que é contra o fim do ensino médio aqui, que vai prejudicar estudantes e muitos professores. A maioria deles não vai seguir para a outra escola. Ninguém sabe para onde vão. Temos um elo com nossos professores”, diz Júlio.
Na primeira noite da ocupação dois pais se juntaram a mais de cinco professores, que foram apoiar 20 alunos. "A tendência é aumentar a ocupação", acredita o diretor estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), Antônio Jovem.
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Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual - 11/11/2015
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