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Sem crise para a cúpula da Caixa

Linha fina
Mesmo cortando postos de trabalho, o que prejudica bancários e clientes, banco público elevou em 25% gasto com salários de conselheiros e diretores
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São Paulo – De acordo com informações divulgadas pela Caixa na sexta-feira 20, o banco público elevou em 25%, nos primeiros nove meses de 2015, o gasto com salários de conselheiros e diretores. Entre janeiro e setembro de 2014, essas despesas já haviam crescido 79% em comparação com o mesmo período de 2013. Com o aumento, cada executivo recebe R$ 43 mil, 4,5% mais que em 2014. A média de rendimentos dessa pequena minoria de funcionários da Caixa é 5,9 vezes maior que a média salarial dos demais empregados.

A elevação das despesas com a cúpula da Caixa foi acompanhada por lucros crescentes. Entre janeiro e setembro, o banco teve lucro líquido de R$ 6,5 bilhões, consolidando crescimento de 23,3% em 12 meses. No terceiro trimestre de 2015, a instituição teve lucro de R$ 3 bilhões, 60% maior que no mesmo período de 2014, e 57% sobre o segundo trimestre de 2015.

> Caixa lucra R$ 6,5 bilhões em nove meses

Por outro lado, mesmo apresentando excelentes resultados e elevando os gastos com seus executivos, em 12 meses a direção da Caixa fechou 2.416 postos de trabalho. O corte resulta em aumento da sobrecarga de trabalho à qual os empregados da instituição estão submetidos, já que no mesmo período a base de correntistas e poupadores aumentou 5,3 milhões, totalizando 82,4 milhões de clientes, crescimento de 6,8%.

“Esses números mostram claramente o desrespeito da direção do banco para com os trabalhadores. Enquanto aumenta as despesas com os mandachuvas, submete os bancários à sobrecarga de trabalho cortando milhares de postos de trabalho”, afirma o diretor executivo do Sindicato e bancário da Caixa Dionísio Reis.

“Os clientes também são prejudicados. A Caixa, pelo quarto mês consecutivo, lidera o ranking de reclamações do Banco Central e a responsabilidade é toda da direção. Nós cobramos reiteradamente do banco mais contratações com a campanha Mais Empregados Para a Caixa, Mais Caixa Para o Brasil. É necessário acabar com a sobrecarga, melhorar o atendimento e fortalecer o papel da Caixa, como banco público, para o desenvolvimento do país”, acrescenta o dirigente.

> Sem contratar, Caixa segue líder de reclamações

PCS – Para garantir valorização profissional, os empregados da Caixa conquistaram, após grande mobilização na Campanha Nacional de 2007, a isonomia de carreira entre funcionários que entraram na instituição até 1998 e os que ingressaram depois.
“A promoção por mérito ficou congelada pela Caixa Federal por quinze anos e foi a partir do novo Plano de Carreira e Salários, conquistado em 2008, que os empregados voltaram a ser reconhecidos dentro da carreira”, destaca Dionísio.


Felipe Rousselet – 30/11/2015
 
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