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São Paulo - As conquistas de anos de luta dos empregados da Caixa estão, mais do que nunca, sob forte ameaça. Após a intensa campanha pela Caixa 100% Pública, o risco da privatização voltou com ainda mais força por conta da entrada do 'governo' interino no país.
Com o presidente interino Michel Temer, o nome de Gilberto Occhi surgiu para a presidência do banco e com ele um novo fôlego para o plano de abertura de capital da Caixa. Em entrevista à Agência Estado, Gilberto afirmou que a primeira etapa abrangeria as áreas de seguro, loterias e cartões. A abertura total do capital seria o segundo passo. Essa intenção foi confirmada durante sua posse ocorrida na quarta-feira 1.
> Privatista assumirá presidência da Caixa
Indicado pelo PP, partido ao qual é filiado, Occhi alega que a abertura dessas três áreas “seria uma oportunidade grande de ganho” para a Caixa e o Tesouro Nacional. Ao ser questionado sobre quando seria realizada a abertura, respondeu que é preciso concluir estudos para avaliar a melhor janela de oportunidade. "Temos que concluir esses estudos para uma decisão apenas parcial. (...) A abertura total do capital da Caixa seria um segundo passo”. O desejo é que uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) seja possível daqui a dois anos.
Segundo a Agência Estado, o modelo das privatizações para as áreas de seguros e loterias já está definido e o plano de Temer é fazer uma oferta pública de ações do banco até 2018. O mesmo jornal confirmou que Occhi já está avaliando um estudo para o fechamento de agências. Cerca de 300 unidades estão na lista e de imediato 15 serão fechadas.
O novo presidente também deve manter a política de redução de custos com pessoal, com planos de demissão e de incentivo à aposentadoria. A Caixa cortou o número de funcionários de 100,3 mil para 97 mil em 12 meses.
Como banco público, a Caixa exerce no País uma missão muito maior do que ajustar ou acalmar o mercado financeiro. A instituição financia as principais ações geradoras do desenvolvimento urbano no País, como saneamento básico, habitação (Minha Casa, Minha Vida) e tantos outros. Além disso, cresceu significativamente nos últimos doze anos e se tornou o terceiro maior banco do País.
Com isso, o trabalho dos empregados do banco se reflete diretamente em toda a sociedade brasileira, porque, acima de tudo, são agentes responsáveis pela execução da maioria das políticas públicas do governo federal. Privada, a Caixa perderia esse papel e seus trabalhadores, que já convivem com a sobrecarga de trabalho, perderiam suas conquistas.
Histórico - Occhi é funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, começou a trabalhar na instituição em 1980. Foi gerente de mercado no Espírito Santo, superintendente regional e nacional da região Nordeste. Ele já atuou também como vice-presidente de Governo da Caixa.
Em suas passagens como superintendente do banco em Sergipe e em Alagoas, Gilberto foi denunciado por irregularidades como a prática de “venda casada” e constrangimento de clientes. Em um dos casos o banco foi condenado a pagar R$10 mil de indenização, já que na época do ocorrido a venda casada ainda era considerada crime.
Fenae - 2/6/2016
Com o presidente interino Michel Temer, o nome de Gilberto Occhi surgiu para a presidência do banco e com ele um novo fôlego para o plano de abertura de capital da Caixa. Em entrevista à Agência Estado, Gilberto afirmou que a primeira etapa abrangeria as áreas de seguro, loterias e cartões. A abertura total do capital seria o segundo passo. Essa intenção foi confirmada durante sua posse ocorrida na quarta-feira 1.
> Privatista assumirá presidência da Caixa
Indicado pelo PP, partido ao qual é filiado, Occhi alega que a abertura dessas três áreas “seria uma oportunidade grande de ganho” para a Caixa e o Tesouro Nacional. Ao ser questionado sobre quando seria realizada a abertura, respondeu que é preciso concluir estudos para avaliar a melhor janela de oportunidade. "Temos que concluir esses estudos para uma decisão apenas parcial. (...) A abertura total do capital da Caixa seria um segundo passo”. O desejo é que uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) seja possível daqui a dois anos.
Segundo a Agência Estado, o modelo das privatizações para as áreas de seguros e loterias já está definido e o plano de Temer é fazer uma oferta pública de ações do banco até 2018. O mesmo jornal confirmou que Occhi já está avaliando um estudo para o fechamento de agências. Cerca de 300 unidades estão na lista e de imediato 15 serão fechadas.
O novo presidente também deve manter a política de redução de custos com pessoal, com planos de demissão e de incentivo à aposentadoria. A Caixa cortou o número de funcionários de 100,3 mil para 97 mil em 12 meses.
Como banco público, a Caixa exerce no País uma missão muito maior do que ajustar ou acalmar o mercado financeiro. A instituição financia as principais ações geradoras do desenvolvimento urbano no País, como saneamento básico, habitação (Minha Casa, Minha Vida) e tantos outros. Além disso, cresceu significativamente nos últimos doze anos e se tornou o terceiro maior banco do País.
Com isso, o trabalho dos empregados do banco se reflete diretamente em toda a sociedade brasileira, porque, acima de tudo, são agentes responsáveis pela execução da maioria das políticas públicas do governo federal. Privada, a Caixa perderia esse papel e seus trabalhadores, que já convivem com a sobrecarga de trabalho, perderiam suas conquistas.
Histórico - Occhi é funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, começou a trabalhar na instituição em 1980. Foi gerente de mercado no Espírito Santo, superintendente regional e nacional da região Nordeste. Ele já atuou também como vice-presidente de Governo da Caixa.
Em suas passagens como superintendente do banco em Sergipe e em Alagoas, Gilberto foi denunciado por irregularidades como a prática de “venda casada” e constrangimento de clientes. Em um dos casos o banco foi condenado a pagar R$10 mil de indenização, já que na época do ocorrido a venda casada ainda era considerada crime.
Fenae - 2/6/2016