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Ato no Masp lembra mortos na Boate Pulse

Linha fina
Com o lema 49 de Orlando, Não Esqueceremos, protesto também cobrou criminalização da homofobia
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São Paulo – Para lembrar os mortos da Boate Pulse, em Orlando (EUA) e para marcar o Dia Internacional do Orgulho LGBT, celebrado na terça 28, manifestantes fizeram um ato na noite de quarta 29 no vão-livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo). A intenção era sair em caminhada pela Avenida Paulista, encerrando o ato na Praça do Ciclista.

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Com o lema 49 de Orlando, Não Esqueceremos, os manifestantes seguraram faixas contra a violência homofóbica e bandeiras com as cores do movimento e do PSTU. No vão-livre do Masp, eles deram depoimentos sobre a violência homofóbica e vaiaram deputados como Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Marcos Feliciano (PSC-SP).

Um dos organizadores do evento, Carlos Daniel Gomes Toni, representante do setor LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis, Transgêneros e Intersexo) da Central Sindical Popular (Conlutas), disse que o evento serviu para relembrar a Revolta de Stonewall, uma série de protestos ocorridos em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 1969, contra a repressão e agressões aos LGBTs.

"Nossa principal pauta é o fim das mortes das LGBTs. O Brasil é o campeão de mortes. Sabemos que as mortes aqui no Brasil acontecem com requintes de crueldade. Temos mortes com esfaqueamentos nas faces das pessoas, mortes com empalamento com cabos de vassouras, mortes depois de estupros, mortes por atropelamentos de travestis que se prostituem ou estão em situação de rua. O mínimo que tem que acontecer no Brasil é a criminalização da LGBTfobia", disse.

Segundo Toni, 350 LGBTs morreram no ano passado em todo o país. "São dados invisíveis porque muitos não são noticiados. Recolhemos isso por meio de dados em jornais", disse.

Agressões - Presente ao ato, o estudante Luiz Tombini, 21 anos, disse já ter sofrido agressões passeando com o namorado pela mesma Avenida Paulista. "Um dos exemplos que aconteceu comigo é que eu estava de mão dada com meu namorado, passeando pela rua, pela Avenida Paulista e a gente recebeu diversos xingamentos e ameaças de agressões. Essa é uma situação cotidiana", disse. "O sentimento é de impotência, de não poder fazer nada inclusive porque o governo brasileiro não dá condições para que possamos recorrer a alguma medida que criminalize a LGBTfobia. O sentimento é de impotência, medo, de não poder se expressar livremente por meio de seu corpo e de sua sexualidade, de tristeza, de isolamento da sociedade".

Tombini disse que é importante debater a questão da violência contra os LGBTs. "Não é possível contar o quanto vivemos de violência porque existe violência a todo o momento. Desde quando ouvimos uma piada, já estamos sofrendo uma violência", disse.

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Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil - 30/6/2016

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