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Mapa da Desigualdade vê melhora em 21 de 40 áreas

Linha fina
Entre os temas que houve avanços estão mortes no trânsito, número de leitos hospitalares, mortalidades infantil e materna e a demanda de crianças atendidas por creches
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São Paulo – O Mapa da Desigualdade 2016, divulgado na quarta 31 pela Rede Nossa São Paulo, registrou melhora em 21 das 40 áreas avaliadas quanto ao acesso da população aos serviços e equipamentos públicos na capital paulista, entre 2012 e 2015. Outras cinco áreas permaneceram no mesmo índice. E 14, porém, tiveram aumento da desigualdade. “Há uma melhora, mas infelizmente ela ainda é bastante pequena. A gente sempre pede transparência na execução do Orçamento para que ele seja aplicado em direta proporção ao combate a essa desigualdade”, afirmou o coordenador executivo da Rede, Oded Grajew.

Entre os temas que houve redução da desigualdade estão as mortes no trânsito, o número de leitos hospitalares e as mortalidades infantil, materna e por Aids, ampliação de equipamentos culturais e a demanda de crianças atendidas por creches. Já as que tiveram piora foram os homicídios, gravidez na adolescência, população em situação de rua.

“Houve mais melhora que piora e isso é bom. Mas na piora, há um aumento significativo da desigualdade. Esperamos que a próxima gestão, na prefeitura e na Câmara Municipal, além da sociedade, olhem com cuidado para essa situação”, afirmou Grajew.

A reivindicação de Grajew se resume à aplicação de mais verbas nas áreas que apresentam os piores resultados no Mapa da Desigualdade, com o objetivo de “reduzir a distância” entre distritos que têm vários serviços disponíveis e os que não têm nenhum. Nesse ranking aparecem, em pior situação, os distritos do Brás (centro), Brasilândia, Tremembé, Cachoeirinha e Vila Medeiros (norte), Cidade Ademar, Grajaú, Parelheiros, Marsilac (sul) e Vila Jacuí (leste), todos com pelo menos 20 avaliações ruins no atendimento à população nas diversas áreas.

Além disso, ainda há “muitos zeros” espalhados pela cidade, como define a Rede Nossa São Paulo, no mapa completo que está no site da entidade. Os zeros indicam locais onde não há nenhum equipamento público ou ocorrência de uma situação levantada pelo mapeamento. Por exemplo, no item “leitos hospitalares”, 31 distritos foram registrados não tendo nenhuma forma de atendimento de emergência à população. Tremembé, Cidade Ademar, Perus e Itaim Paulista estão entre os distritos que não possuem hospitais.

Outro deles é Parelheiros, onde a gestão Haddad, está concluindo um hospital com 200 leitos. O Plano de Metas do prefeito previa a construção de mais dois hospitais, um na Brasilândia, zona norte, outro na Vila Matilde, zona leste. Ambos estão em construção, mas ainda em torno de metade da obra concluída. A gestão também reabilitou 294 leitos hospitalares que estavam sem uso, seja por reestruturação de unidades ou incorporação de atendimentos privados, como no caso do hospital Santa Marina, no Jabaquara, com 260 leitos.

A área da cultura teve pequena melhora em quatro anos, mas segue sendo a que reúne o maior número de zeros. Houve redução da desigualdade na cidade pela disponibilidade de centros culturais, teatros e acervos de livros em mais distritos. Mesmo assim, ainda há 60 distritos sem casa de cultura, 58 sem cinemas e 36 sem bibliotecas.

Plano de Metas - Parte das melhoras percebidas no Mapa da Desigualdade pode ser atribuída ao cumprimento do Plano de Metas pela gestão Haddad. Enquanto a gestão anterior, de Gilberto Kassab (PSD), cumpriu apenas 55% das metas, o executivo atual está próximo de 80% de cumprimento. Das 103 metas propostas em 2013, a gestão atual já concluiu 61. Outras 39 estão em andamento, acima de 50%.

“É muito importante fiscalizar o cumprimento do plano, mas também garantir a continuidade do processo na próxima gestão, pois já foi investida verba pública nisso”, explicou o coordenador da Rede Nossa São Paulo Maurício Broinizi.

O secretário-adjunto municipal de Governo, Weber Suit, garantiu que o saldo restante para a próxima gestão será mínimo. “Ainda temos quatro meses de governo e vamos trabalhar com afinco para concluir as metas. Estimamos que 74 estejam concluídas em dezembro”, afirmou.

Ele esclareceu que algumas metas tiveram problemas que fogem ao controle da gestão, como o corte de repasses do governo federal para o Programa Minha Casa, Minha Vida e a negociação com o Metrô para definir as áreas da Brasilândia que seriam destinadas à Linha 6-Laranja (São Joaquim-Brasilândia) e ao hospital municipal.

Além disso, algumas ações realizadas pela gestão não estavam computadas no Plano de Metas, segundo Suit. Por exemplo, as parcerias privadas para abertura de vagas em creches, que contabilizaram 400 mil novas vagas. O plano previa a abertura de 243 creches, meta que não será atingida.


Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual - 1º/9/2016
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