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Rodolfo Wrolli, Spbancarios
9/9/2016
São Paulo – O Centro Tecnológico do Itaú é um exemplo do que ocorre no setor bancário. Uma concentração que reúne quase 30% de funcionários terceirizados e onde a insegurança profissional é a regra. Nesta sexta-feira 9, quarto dia de greve, mais uma vez os empregados daquele prédio paralisaram as atividades por reajuste digno, ampliação de direitos e garantia de emprego.
> Rejeitada na mesa proposta com índice rebaixado
> Greve fecha o quarto dia com 50 mil parados
Esta última reivindicação é uma unanimidade entre os bancários do local. Muitos são funcionários há mais de 30 anos e estão apreensivos com as ondas de demissão. De junho de 2015 a junho de 2016, o Itaú eliminou 2.815 postos de trabalho. O setor bancário como um todo extinguiu quase 8 mil empregos, de janeiro a julho.
> Dez motivos que levaram à greve
> Veja orientações para e participe!
“Para mim, o que importa mais é a garantia de trabalho. Eu estou me aposentando e mesmo assim não tenho estabilidade, isso não existe. Imagina para o jovem”, relatou um bancário.
Na base do Sindicato, o Itaú fez nos últimos meses dezenas de demissões de bancários com mais de 20 anos de casa.
As preocupações com a falta de estabilidade e o emprego não decorrem apenas das medidas tomadas pelo Itaú, como resume um bancário: “Tem que fazer greve mesmo, ainda mais agora que a coisa vai ficar ruim com a reforma trabalhista e a reforma da Previdência”, protesta. “O mais importante para mim é conseguir estabilidade. O povo está muito preocupado com demissão”, acrescenta.
Governo temerário – A preocupação com a estabilidade tem uma razão. O governo Temer, que assumiu em caráter definitivo no dia 31 de agosto, vai enviar ao Congresso Nacional proposta de reforma na Previdência. Dentre as mudanças, a exigência de idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, tanto para homens como para mulheres, trabalhadores do campo e da cidade, servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada.
> Aposentadoria aos 65 está pronta para ser votada
> Bancários não querem Reforma da Previdência
“A reforma da Previdência é um assunto muito grave”, alerta Maikon Azzi, diretor do Sindicato e bancário do Itaú. “A grande imprensa diz o tempo todo que é necessária por causa do ajuste fiscal, mas ajuste fiscal nada mais é do que pagar a dívida dos títulos públicos, cuja grande parte pertence aos banqueiros”, afirma.
Em 2015, os gastos com o pagamento de juros referente à dívida pública atingiram R$ 501,8 bilhões, o que, segundo a ONG Auditoria Cidadã, representa mais de 40% do Orçamento. Os gastos com a Previdência, por sua vez, representaram metade disso: 21% do Orçamento. Em 2015, os gastos com saúde e educação totalizaram R$ 205,9 bilhões, pouco mais da metade dos gastos com os juros da dívida pública.
Terceirização – A terceirização é outro grande problema que assola não só o CT do Itaú, como todo o setor bancário. Dos cerca de sete mil funcionários daquele centro administrativo, quase dois mil são terceirizados. Na categoria, em âmbito nacional, estima-se que existam cerca 400 mil bancários e 500 mil terceirizados que prestam serviços.
9/9/2016
São Paulo – O Centro Tecnológico do Itaú é um exemplo do que ocorre no setor bancário. Uma concentração que reúne quase 30% de funcionários terceirizados e onde a insegurança profissional é a regra. Nesta sexta-feira 9, quarto dia de greve, mais uma vez os empregados daquele prédio paralisaram as atividades por reajuste digno, ampliação de direitos e garantia de emprego.
> Rejeitada na mesa proposta com índice rebaixado
> Greve fecha o quarto dia com 50 mil parados
Esta última reivindicação é uma unanimidade entre os bancários do local. Muitos são funcionários há mais de 30 anos e estão apreensivos com as ondas de demissão. De junho de 2015 a junho de 2016, o Itaú eliminou 2.815 postos de trabalho. O setor bancário como um todo extinguiu quase 8 mil empregos, de janeiro a julho.
> Dez motivos que levaram à greve
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“Para mim, o que importa mais é a garantia de trabalho. Eu estou me aposentando e mesmo assim não tenho estabilidade, isso não existe. Imagina para o jovem”, relatou um bancário.
Na base do Sindicato, o Itaú fez nos últimos meses dezenas de demissões de bancários com mais de 20 anos de casa.
As preocupações com a falta de estabilidade e o emprego não decorrem apenas das medidas tomadas pelo Itaú, como resume um bancário: “Tem que fazer greve mesmo, ainda mais agora que a coisa vai ficar ruim com a reforma trabalhista e a reforma da Previdência”, protesta. “O mais importante para mim é conseguir estabilidade. O povo está muito preocupado com demissão”, acrescenta.
Governo temerário – A preocupação com a estabilidade tem uma razão. O governo Temer, que assumiu em caráter definitivo no dia 31 de agosto, vai enviar ao Congresso Nacional proposta de reforma na Previdência. Dentre as mudanças, a exigência de idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, tanto para homens como para mulheres, trabalhadores do campo e da cidade, servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada.
> Aposentadoria aos 65 está pronta para ser votada
> Bancários não querem Reforma da Previdência
“A reforma da Previdência é um assunto muito grave”, alerta Maikon Azzi, diretor do Sindicato e bancário do Itaú. “A grande imprensa diz o tempo todo que é necessária por causa do ajuste fiscal, mas ajuste fiscal nada mais é do que pagar a dívida dos títulos públicos, cuja grande parte pertence aos banqueiros”, afirma.
Em 2015, os gastos com o pagamento de juros referente à dívida pública atingiram R$ 501,8 bilhões, o que, segundo a ONG Auditoria Cidadã, representa mais de 40% do Orçamento. Os gastos com a Previdência, por sua vez, representaram metade disso: 21% do Orçamento. Em 2015, os gastos com saúde e educação totalizaram R$ 205,9 bilhões, pouco mais da metade dos gastos com os juros da dívida pública.
Terceirização – A terceirização é outro grande problema que assola não só o CT do Itaú, como todo o setor bancário. Dos cerca de sete mil funcionários daquele centro administrativo, quase dois mil são terceirizados. Na categoria, em âmbito nacional, estima-se que existam cerca 400 mil bancários e 500 mil terceirizados que prestam serviços.
Da mesma forma que o Congresso Nacional e o governo Temer tencionam reformas prejudicais na Previdência, também estão sendo discutidas mudanças na legislação trabalhista. Uma delas é o projeto de lei da terceirização (PLC 30/2015), que vai permitir que até mesmo as atividades principais de uma empresa sejam terceirizadas. O texto já foi aprovado na Câmara e agora tramita no Senado. O governo Temer defende sua aprovação.
Um trabalhador terceirizado ganha em média 27% menos, trabalha três horas a mais por semana e fica cerca de 2,6 anos a menos no mesmo emprego. Os dados são de pesquisa elaborada pelo Dieese em conjunto com a CUT. No setor bancário, um terceirizado chega a ganhar até 70% menos do que um funcionário do banco.
Um bancário do CT resumiu o que pode ser feito contra esses retrocessos. “Eles [patrões] sempre vão querer que a gente perca, e o movimento grevista é o que pode garantir mais direitos.”
Leia mais
> Acompanhe a greve pelas redes sociais
> Agenda e resultados das negociações
> Informação: não caia na boataria dos bancos
> As reivindicações da categoria
Um trabalhador terceirizado ganha em média 27% menos, trabalha três horas a mais por semana e fica cerca de 2,6 anos a menos no mesmo emprego. Os dados são de pesquisa elaborada pelo Dieese em conjunto com a CUT. No setor bancário, um terceirizado chega a ganhar até 70% menos do que um funcionário do banco.
Um bancário do CT resumiu o que pode ser feito contra esses retrocessos. “Eles [patrões] sempre vão querer que a gente perca, e o movimento grevista é o que pode garantir mais direitos.”
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