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Sindicato defende direito de empregadas da Caixa

Linha fina
Bancária foi descomissionada mesmo estando grávida; representantes dos trabalhadores protestaram paralisando agência Berrini e, diante da recusa da SR Santo Amaro em reverter medida, enviará carta a Gilberto Occhi. Ato também foi contra assédio moral e gerente-geral foi afastado
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Redação Spbancarios
14/12/2016


São Paulo – O Sindicato e a Apcef paralisaram, durante toda a terça-feira 13, a agência Berrini da Caixa, em protesto contra o descomissionamento de uma gestante e as diversas denúncias de assédio moral naquela unidade.

Antes do ato, dirigentes sindicais das entidades haviam procurado a Superintendência Santo Amaro (a qual a unidade é subordinada), no dia 6 de dezembro, solicitando que a decisão do gerente-geral da unidade fosse revertida, mas recebeu como resposta, no dia 9, que a perda de função da trabalhadora grávida seria mantida.

“É um total desrespeito com os empregados e um ato desumano contra uma bancária que terá sua remuneração reduzida justamente no momento em que está esperando um filho. A atitude também é uma forma de discriminação contra as mulheres. Sabemos de outros casos de descomissionamento de gestantes no banco público, isso é moralmente condenável e não pode ser adotado como política da empresa”, critica o diretor de Saúde do Sindicato e empregado da Caixa, Dionísio Reis.

O fim do descomissionamento de bancárias gestantes é uma das reivindicações dos empregados no grupo de trabalho (GT) que discute a adoção de regras para a retirada de função. “Hoje a Caixa deixa a prerrogativa de descomissionar ao julgamento individual e subjetivo da chefia. E o gerente-geral da agência Berrini exerceu esse poder, desconsiderando a questão humana que é a gravidez da bancária”, destaca o dirigente.

> Veja o documento com as reivindicações dos empregados

GTs – O GT sobre descomissionamento é uma conquista da Campanha 2016. Reúne representantes dos trabalhadores e do banco para elaborar uma proposta para regras mais justas e objetivas nos processos de perda de função. Essa proposta será posteriormente negociada nas mesas permanentes entre a direção do banco e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE). Nesta quinta-feira 15, o Sindicato chama os bancários da Caixa a uma plenária para conversar sobre o GT do descomissionamento e o GT sobre caixa minuto, também conquista da campanha deste ano.

> GTs na Caixa serão tema de plenária no dia 15 

Contradição – A alegação do gerente-geral para a medida foi justamente a de que o normativo da Caixa permitia fazer. Os dirigentes sindicais contra argumentaram que é de conhecimento público que o banco permite e muitas vezes obriga os trabalhadores a desrespeitarem o normativo da empresa, quando se trata de bater metas e aumentar o lucro. “Os empregados acabam fazendo coisas contra seus próprios valores e contra o normativo da empresa, justamente para não serem descomissionados. Agora o gerente alega que cometeu esse ato injusto e desumano porque o normativo não o proíbe disso. É uma contradição”, destaca Dionísio.

Carta à Occhi – No final da paralisação, representantes da SR Santo Amaro e da Gestão de Pessoas (Gipes) visitaram a agência a voltaram a manifestar a posição de manter o descomissionamento da trabalhadora. Diante disso, Sindicato e Apcef enviarão carta ao presidente do banco, Gilberto Occhi e à vice-presidência de Pessoas, cobrando a reversão da medida.

Em 2012, o Sindicato conseguiu que outra bancária gestante recuperasse a função, levando o caso diretamente ao presidente do banco na época, Jorge Hereda. “Na ocasião, a SR Santana, que coordenava a unidade Vila Sabrina, onde ocorreu o caso, teve de voltar atrás e devolver a função à trabalhadora”, lembra Dionísio.

Assédio moral – Outro problema na agência Berrini são os diversos relatos de assédio moral por parte do gerente-geral, o mesmo que descomissionou a bancária grávida. Essas denúncias também já haviam sido levadas à SR Santo Amaro, mas foi só depois da paralisação que a SR e a Gipes afastaram o gerente assediador. Também se comprometeram a fazer um levantamento sobre o caso e, se comprovado, tomar as devidas providências.
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