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Concentração bancária é ruim

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Diante das notícias veiculadas pela imprensa sobre a possível venda do Santander Brasil, Sindicato cobra reunião com banco, garantia de empregos e alerta sociedade sobre riscos advindos das fusões no setor
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São Paulo - As recentes notícias veiculadas pela imprensa sobre a possível venda do Santander Brasil para o Bradesco, Banco do Brasil ou Itaú preocuparam o Sindicato, que divulgou nota à imprensa repudiando esse quadro de concentração e cobrando a manutenção dos empregos bancários.

> Nota: bancários apontam riscos da concentração bancária

O protesto, assinado também pela Contraf-CUT, será apresentado na quarta-feira 30, na reunião com ministros do governo federal sobre a PLR sem IR e enviado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O Sindicato já solicitou reunião com o presidente do Santander no Brasil, Marcial Portela, para debater a situação do banco no país.

> Sindicato pede reunião com presidente do Santander

Para os trabalhadores, processos de privatização, fusão e aquisição vêm acompanhados de demissões, em nome de uma suposta “sinergia” entre o banco comprador e o adquirido. “Em 2008, por exemplo, na ocasião da fusão entre Itaú e Unibanco, o impacto direto foi o fechamento de 6.818 postos de trabalho no ano seguinte. Em 2007, com a compra do Real pelo Santander, o impacto direto foi de 2.969 postos de trabalho a menos ao final de 2008”, informa a nota.

“A crise financeira internacional não deve ser pretexto para incentivar concentrações setoriais que prejudiquem consumidores, empresas e trabalhadores. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica não pode permitir um processo de fusão/aquisição que gere danos à sociedade brasileira, principalmente no momento em que existe enorme necessidade de que o setor financeiro contribua definitivamente para o desenvolvimento econômico com distribuição de renda e justiça social”, cobra o documento.

Oligopólio – Além de condenar a concentração do sistema financeiro no Brasil, a nota aponta os riscos que tal centralização pode trazer à sociedade. “A prática de mercado nos mostra que quanto mais concentrado um setor, maior sua capacidade de determinação de preços abusivos. O preço cobrado pelos bancos ao consumidor é o juro, portanto, qualquer processo que intensifique a concentração no setor certamente estaria na contramão das recentes medidas do governo brasileiro de redução das taxas de juros praticadas no país, condição fundamental para a continuidade do processo de desenvolvimento econômico.”

A concentração bancária vem se agravando nas últimas décadas. Em 1999, dados do Banco Central indicavam que os seis maiores bancos do Brasil (BB, Caixa, Bradesco, Itaú, Unibanco e Banespa) detinham 59% do ativo total do setor. Em 2011, os seis maiores (BB, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) já eram responsáveis por 81% desses ativos. E o mesmo se dá em relação às operações de crédito: em 1999 os seis maiores concentravam 60% do total, chegando a 83% em 2011. “São números que caracterizam o setor bancário brasileiro como um oligopólio. Estamos alertando aos setores competentes: permitir mais uma fusão entre grandes bancos vai agravar ainda mais esse quadro e isso não deveria acontecer”, alerta a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, destacando: “Qualquer que seja o destino do Santander, queremos a garantia dos empregos bancários”.


Redação - 28/5/2012

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