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Os desafios para os empregados da Caixa em 2017

Linha fina
Coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, a bancária Rita Serrano lembra avanços de 2016 e chama categoria à luta em defesa da instituição
Imagem Destaque
Redação Spbancarios
3/1/2017


São Paulo – O ano de 2016 não foi nada fácil. Para os bancários, no entanto, foi mais um ano de luta com conquistas. No caso dos trabalhadores dos bancos públicos, a mobilização representou, ainda, a manutenção dessas empresas e da função primordial que exercem junto à sociedade.

“Apesar das tantas dificuldades, 2016 não pode ser encarado como um ano de derrotas. As lutas iniciais pelas mudanças no PLS 555 resultaram em avanços que impediram a transformação das empresas públicas em sociedades anônimas. Uma grande campanha – “Se é público, é para todos” – foi lançada em junho e se espalhou pelo País, com adesões em praticamente todas as regiões brasileiras e até na Argentina. Foram realizados centenas de encontros e debates para apresentação do tema e defesa dos bens, serviços e empresas públicas”, lembra a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, a bancária da Caixa Rita Serrano.

A dirigente do Sindicato dos Bancários do ABC (SP) e da Contraf-CUT sabe o que diz. Participa da luta em defesa das instituições públicas há muitos anos.

“Os empregados da Caixa têm expertise em defender o banco e, quando isso ocorre, saem vitoriosos. Foi assim na década de 1990, foi assim no ano passado, em duas ocasiões, e agora isso novamente ocorre. E são muitos os desafios” reforça. “No ano em que um projeto de governo neoliberal voltou a dar as cartas, foram e continuam sendo muitos os ataques aos bancos públicos, reforçando a necessidade de organização para reagir.”

Rita que é suplente na representação dos empregados no Conselho de Administração, concorre ao cargo de titular no CA pela Chapa 1 que foi uma das vencedoras no primeiro turno. As eleições serão retomadas entre 16 e 20 de janeiro. A importância de eleger representantes comprometidos com o banco público e os direitos dos trabalhadores é, mais que nunca, crucial.

> Chapa 1 ganha em SP defendendo Caixa pública

“Nesse 2016 em que o FGTS se tornou cinquentão e as Loterias Caixa chegaram aos 54 anos não houve motivos para comemorações. Sobre o fundo, pairam ameaças de descentralização da gestão, com direcionamento aos bancos privados. E ainda o desvio de seus recursos para o BNDES via FI-FGTS que, por sua vez, vai financiar projetos do Programa de Parcerias de Investimentos, retomando, na prática, o projeto privatista de FHC. O governo também oficializou a venda da Lotex, a Loteria Instantânea da Caixa, e a anunciou a privatização de operações em seguros e cartões”, lembra Rita.

“As medidas abrem o caminho para que a Caixa deixe de ser 100% pública e não cumpra mais seu importante papel social, porque além do corte em programas, como o de habitação popular (Minha Casa, Minha Vida), sem os recursos do FGTS obras de infraestrutura, saneamento e mobilidade urbana perdem seu principal aporte. Se abocanhar os recursos do fundo, nenhum banco privado terá como prioridade essa destinação.”

A dirigente lembra que os trabalhadores correm outros riscos. “Especificamente para os empregados da Caixa há também, a exemplo do ocorrido no Banco do Brasil, o risco de que uma “reestruturação” elimine postos, funções, feche agências e resulte em demissões. É uma perspectiva sombria e que pode se tornar real a qualquer momento.”

Mobilização segue como prioridade. “Nesse quadro é fundamental que os empregados do banco entendam a importância de se organizarem em defesa da Caixa 100% Pública e, mais ainda, que saibam da necessidade de um legítimo representante no Conselho de Administração da Caixa. Votar nesse conselheiro é um direito recente conquistado com muita luta, mas também sob risco nesse governo”, destaca Rita.  

“A história tem nos provado que, quando atuamos juntos, unidos, conquistamos. Para 2017 será esse espírito de ousadia e coragem que deverá nos mover. Afinal, a vida é feita de desafios, e mais do que nunca nosso mote deve ser temer jamais”, completa a dirigente.
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