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Luiz Carvalho, da CUT
24/2/2017
São Paulo - Com a presença de lideranças da CUT e das demais centrais sindicais, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) lançou na quinta-feira 23, em São Paulo, a 13ª Jornada Nacional de Debates, que passará por todas as capitais brasileiras para discutir a Reforma da Previdência.
Durante o encontro, com presença de mais de 80 organizações, o Dieese lançou o Aposentômetro, um simulador de aposentadorias que, conforme destacou Clemente Ganz Lúcio, coordenador de Pesquisas e Tecnologia do Dieese, "escancara a crueldade da proposta" do governo ilegítimo de Temer (PMDB).
> Previdência deixa de ser política pública e vira conta
“A calculadora ajudará a denunciar o impacto que esse projeto traz para a vida dos trabalhadores. Uma medida que retarda e limita o acesso à aposentadoria, porque nem todos conseguirão obter o benefício, e arrocha porque quem chegar recebe menos e exclui. Esse projeto fará com que tenhamos entre 12 e 15 milhões de trabalhadores que contribuirão e não se aposentarão”, falou.
O aplicativo disponível para celulares opera com sistema Android. Em breve, também poderá ser baixado por quem usa IOS (IPhone) e ainda irá incorporar os servidores públicos, excluídos do programa porque atendem a um conjunto mais complexo de regras para aposentadoria.
Escancarar o prejuízo - A senadora Gleise Hoffmann apontou que a calculadora facilitará a cobrança pelos trabalhadores aos parlamentares, mas depende de outros fatores.
“Quero ver os deputados e senadores usando esse aplicativo, fazendo as contas e justificando nas bases e para a população que vai um trabalhar rural ou alguém que exerce trabalho braçal terá de se aposentar aos 72 anos. Nossa posição no Senado é de oposição sistemática, mas se não houver mobilização social, esqueçam. Entre as quatro paredes do Senado, é impossível reverter”, avaliou.
Demolição - Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, é preciso ter claro que não se trata de reforma, mas de destruição do direito à aposentadoria.
“Reforma não é o termo certo, porque o trabalhador pode achar que é coisa boa. Não, é o fim da Previdência Social como instrumento público de transferência de renda. Se você não lutar hoje, verá a demolição do seu direito de aposentar e verá o maior assalto feito aos trabalhadores na história do Brasil. E não tem como remendar, não há remendo em tragédia, só dá para enfrentar”, defendeu.
Vagner apontou ainda o prejuízo que o projeto representará para os municípios. “Há uma crise econômica enorme, essencialmente nos municípios. Mais de 80% da população brasileira mora em cidades com menos de 100 mil habitantes que estão sofrendo com falta de recursos. E o que faz circular recursos nesses lugares é a valorização do salário mínimo e a Previdência valorizada e vinculada ao mínimo. Estão acabando com a economia, por isso, temos condições de montar comitês em cada cidade deste país para lutar contra o fim da aposentadoria.”
Parte desta luta já tem duas datas breves de luta: a primeira, dia 8 de março, em que as mobilizações mostrarão que as mulheres serão as mais impactadas pela reforma, e a segunda, em 15 de março, Dia Nacional de Paralisação.
> Vídeo: bancários deliberam sobre participação no Dia Nacional de Paralisação
Unidade entre as centrais - Entre discursos que apontam um país no caminho inverso de uma sociedade mais justa, igualitária e humana e outros ressaltavam a impossibilidade de remendar uma proposta tão ruim de ataque a direitos, o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, indicou o impacto na vida cotidiana dos brasileiros e das brasileiras.
“O Temer quer transformar a aposentadoria em produto bancário e temos de fazer um contraponto. Temos que ir para porta das igrejas pentecostais e dizer que o mordomo do Satanás está aqui para destruir nossos direitos. Dizer ao pastor que, se tiver reforma da Previdência, não vai ter dízimo dos idosos porque não vai ter recurso para a aposentadoria. Temos que dizer que o Temer e os parlamentares que o apoiam odeiam as mulheres, o trabalhador rural, o povo do Norte, principais afetados por essas medidas”, defendeu.
24/2/2017
São Paulo - Com a presença de lideranças da CUT e das demais centrais sindicais, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) lançou na quinta-feira 23, em São Paulo, a 13ª Jornada Nacional de Debates, que passará por todas as capitais brasileiras para discutir a Reforma da Previdência.
Durante o encontro, com presença de mais de 80 organizações, o Dieese lançou o Aposentômetro, um simulador de aposentadorias que, conforme destacou Clemente Ganz Lúcio, coordenador de Pesquisas e Tecnologia do Dieese, "escancara a crueldade da proposta" do governo ilegítimo de Temer (PMDB).
> Previdência deixa de ser política pública e vira conta
“A calculadora ajudará a denunciar o impacto que esse projeto traz para a vida dos trabalhadores. Uma medida que retarda e limita o acesso à aposentadoria, porque nem todos conseguirão obter o benefício, e arrocha porque quem chegar recebe menos e exclui. Esse projeto fará com que tenhamos entre 12 e 15 milhões de trabalhadores que contribuirão e não se aposentarão”, falou.
O aplicativo disponível para celulares opera com sistema Android. Em breve, também poderá ser baixado por quem usa IOS (IPhone) e ainda irá incorporar os servidores públicos, excluídos do programa porque atendem a um conjunto mais complexo de regras para aposentadoria.
Escancarar o prejuízo - A senadora Gleise Hoffmann apontou que a calculadora facilitará a cobrança pelos trabalhadores aos parlamentares, mas depende de outros fatores.
“Quero ver os deputados e senadores usando esse aplicativo, fazendo as contas e justificando nas bases e para a população que vai um trabalhar rural ou alguém que exerce trabalho braçal terá de se aposentar aos 72 anos. Nossa posição no Senado é de oposição sistemática, mas se não houver mobilização social, esqueçam. Entre as quatro paredes do Senado, é impossível reverter”, avaliou.
Demolição - Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, é preciso ter claro que não se trata de reforma, mas de destruição do direito à aposentadoria.
“Reforma não é o termo certo, porque o trabalhador pode achar que é coisa boa. Não, é o fim da Previdência Social como instrumento público de transferência de renda. Se você não lutar hoje, verá a demolição do seu direito de aposentar e verá o maior assalto feito aos trabalhadores na história do Brasil. E não tem como remendar, não há remendo em tragédia, só dá para enfrentar”, defendeu.
Vagner apontou ainda o prejuízo que o projeto representará para os municípios. “Há uma crise econômica enorme, essencialmente nos municípios. Mais de 80% da população brasileira mora em cidades com menos de 100 mil habitantes que estão sofrendo com falta de recursos. E o que faz circular recursos nesses lugares é a valorização do salário mínimo e a Previdência valorizada e vinculada ao mínimo. Estão acabando com a economia, por isso, temos condições de montar comitês em cada cidade deste país para lutar contra o fim da aposentadoria.”
Parte desta luta já tem duas datas breves de luta: a primeira, dia 8 de março, em que as mobilizações mostrarão que as mulheres serão as mais impactadas pela reforma, e a segunda, em 15 de março, Dia Nacional de Paralisação.
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Unidade entre as centrais - Entre discursos que apontam um país no caminho inverso de uma sociedade mais justa, igualitária e humana e outros ressaltavam a impossibilidade de remendar uma proposta tão ruim de ataque a direitos, o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, indicou o impacto na vida cotidiana dos brasileiros e das brasileiras.
“O Temer quer transformar a aposentadoria em produto bancário e temos de fazer um contraponto. Temos que ir para porta das igrejas pentecostais e dizer que o mordomo do Satanás está aqui para destruir nossos direitos. Dizer ao pastor que, se tiver reforma da Previdência, não vai ter dízimo dos idosos porque não vai ter recurso para a aposentadoria. Temos que dizer que o Temer e os parlamentares que o apoiam odeiam as mulheres, o trabalhador rural, o povo do Norte, principais afetados por essas medidas”, defendeu.