São Paulo - Foram 27 as pessoas assassinadas em assaltos envolvendo bancos no primeiro semestre de 2012, média de quatro vítimas fatais por mês. O dado foi apurado em levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) com base em notícias da imprensa e representa aumento de 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 23 mortes.
São Paulo (6), Rio de Janeiro (4) e Bahia (4) foram os estados com o maior número de casos. A principal ocorrência foi o crime de “saidinha de banco”, que provocou 14 mortes. A maioria das vítimas foram clientes (15), seguido de vigilantes (5), transeuntes (3), policiais (3) e um bancário.
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Para a Contraf-CUT e a CNTV, essas mortes refletem, sobretudo, a carência de investimentos dos bancos para prevenir assaltos e sequestros. Segundo dados do Dieese, os cinco maiores bancos que operam no país apresentaram juntos lucro de R$ 50,7 bilhões em 2011. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 2,6 bilhões. Comparado ao lucro, o gasto foi de 5,2%, em média.
“Entra ano, sai ano, e muitas pessoas continuam morrendo em assaltos envolvendo bancos, o que é inaceitável no setor mais lucrativo do país. Isso comprova o enorme descaso e a escassez de investimentos dos bancos na proteção da vida de trabalhadores e clientes, bem como revela a fragilidade da segurança pública diante da falta de mais policiais e viaturas nas ruas e de ações de inteligência para evitar ações criminosas”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
Para o presidente da CNTV, José Boaventura Santos, esses números são assustadores e reforçam a necessidade de atualizar a lei federal nº 7.102/83, que se encontra defasada diante do crescimento da violência e da criminalidade. “Precisamos de um estatuto de segurança privada com medidas eficazes e equipamentos adequados de prevenção para garantir a proteção da vida, eliminar riscos e oferecer segurança para trabalhadores e clientes”, salienta. Os dirigentes ressaltaram que os bancos não ampliam os investimento e não são responsabilizados. E mencionaram as reuniões que vêm fazendo com o Ministério da Justiça, com o objetivo de melhorar a legislação do setor.
“Os números são ruins e podem ser muito piores, já que esses são dados colhidos de reportagens da imprensa”, lembrou Carlos Cordeiro. “E nos correspondentes é pior ainda, já que nem essa legislação atrasada são obrigados a cumprir”, destacou.
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Redação, com informações da Contraf-CUT – 19/7/2012