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Cruzeiro do Sul garante direitos trabalhistas

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Sindicato reuniu-se com liquidante do banco que assegurou pagamento dos funcionários após demissão
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São Paulo – Em reunião com o Sindicato, o liquidante do Cruzeiro do Sul, Sergio Prates, afirmou que todos os direitos dos trabalhadores do banco serão garantidos. No encontro, que ocorreu nesta quarta-feira 19, Prates também assegurou que os funcionários que estiverem em situação de estabilidade, como as gestantes, receberão ainda as indenizações devidas.

“O encontro foi bom e o liquidante mostrou sensibilidade em relação à situação dos bancários, que não têm culpa nenhuma sobre o ocorrido, mas que acabam sendo o lado mais vulnerável da história”, avalia o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Carlos Damarindo, o Carlão, que participou da reunião.

A liquidação extrajudicial do Cruzeiro do Sul foi anunciada pelo Banco Central (BC) no dia 14 de setembro, após tentativa frustrada de venda. Irregularidades no balanço da empresa fizeram com que a autoridade monetária afastasse a antiga diretoria e nomeasse, em 4 de junho, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) como administrador temporário, com o objetivo de manter o banco funcionando e procurar vendê-lo.

Demissões – Durante a liquidação extrajudicial os trabalhadores continuam recebendo seus salários, mas o liquidante tem poderes para demitir os funcionários antes que seja decretada a falência da empresa. “Após a falência, fica muito mais difícil para os empregados receberem seus direitos. Por isso o liquidante já iniciou o processo de demissão dos trabalhadores. Segundo Sergio Prates, as demissões serão graduais, com previsão de término no final de outubro”, informa Carlão. O Cruzeiro do Sul tem cerca de 500 funcionários.

O dirigente acrescenta que as conquistas dos bancários na Campanha Nacional deste ano também foram garantidas pelo liquidante. “Os bancários demitidos depois de 1º de setembro (data-base da categoria), terão os cálculos feitos de forma retroativa a essa data.”

Segundo Carlão, o único ponto que ficou pendente na conversa foi o direito de manter o plano de saúde por algum tempo após a demissão, como determina a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários. “Prates ficou de se informar sobre isso e nos dar a resposta o mais rápido possível.”

O dirigente ressalta que o Sindicato está à disposição para esclarecer dúvidas dos bancários e também para receber os processos de homologação. Mais informações na Central de Atendimento do Sindicato: 3188-5200.

Investigação criminal – Os banqueiros Luís Felippe Índio da Costa e Luís Octávio Índio da Costa, pai e filho e controladores do Cruzeiro do Sul, foram indiciados criminalmente pela Polícia Federal por ilícitos contra o sistema financeiro, gestão fraudulenta e formação de quadrilha.

> Patrimônio negativo de R$ 2,23 bi no Cruzeiro do Sul

Por solicitação da PF, eles também tiveram seus imóveis, veículos e títulos em investimentos bancários e no mercado financeiro sequestrados pela Justiça Federal.

Um integrante do Conselho de Administração e uma diretora financeira do banco também foram indiciados pela PF. Foram ainda apreendidos documentos e mídias de arquivos contábeis que serão analisados pelos policiais.

A ação baseia-se em processo administrativo do BC, que identificou irregularidades nos demonstrativos financeiros do banco em 2008 e de janeiro a abril de 2009, envolvendo fundos de investimentos de direitos creditórios que teriam causado prejuízo de R$ 140 milhões.

Segundo a PF, operações financeiras foram simuladas para aumentar o lucro do banco e os banqueiros teriam obtido dividendos de R$ 90 milhões por meio do expediente fraudulento. Se condenados, os Índio da Costa poderão ser punidos com 12 anos de prisão.


Andréa Ponte Souza, com informações do O Estado de S.Paulo - 19/9/2012

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