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Bancários resistem a pressão e param no Casa 3

Linha fina
Direção do Santander utilizou, em vão, diversos artifícios para tentar desmobilizar trabalhadores
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São Paulo – De um lado dirigentes sindicais esclarecendo trabalhadores sobre a importância de fortalecer a greve da categoria. De outro, gestores utilizando-se de toda sorte de pressão e assédio sobre os funcionários para tentar desmobilizá-los. Esse embate foi travado durante as primeiras horas da manhã desta segunda-feira 24 em frente e nos arredores de uma das principais concentrações do Santander. O Centro Administrativo Santander 3 (Casa 3), em Interlagos, zona sul da capital, reúne cerca de 2 mil trabalhadores entre bancários e prestadores de serviço que deram uma importante resposta ao banco: não entraram para trabalhar e vários retornaram para suas residências.

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“Deixei bem claro que não iria para contingenciamento algum. Apoio integralmente o movimento. Tenho mais de dez anos de empresa e nunca estive tão desmotivado. Embora eu seja pós-graduado e tenha imensa responsabilidade no setor, não recebo promoção e, pior, não temos plano de carreira. Essa situação está fazendo com que muitos colegas deixem o banco e vão para outras empresas. Eu mesmo, se receber oferta para ganhar R$ 100 a mais vou embora”, desabafou um bancário. “Não basta apenas aumento real, tem de aumentar tudo. O vale-alimentação só dá para a primeira compra do mês. Tenho dois filhos pequenos e o auxílio-creche também está muito defasado, pois cobre uns 40% da mensalidade.”

Uma funcionária reclama do excesso de trabalho. “Tem dia que chego a trabalhar doze horas sem sequer ter tempo para almoçar. Sou obrigada a fazer lanche rápido. Em função disso, várias vezes fico doente. Por isso precisamos parar mesmo. Ninguém suporta mais tanto trabalho sem ser reconhecido.”

Banco apela – Ao perceber a forte adesão dos funcionários, o banco começou a aumentar a pressão. Por volta das 8h30 chegou uma viatura da Polícia Militar, destinada à ronda escolar da região, que permaneceu no local até por volta das 11h30. No entanto, a presença da PM acionada pelo banco não intimidou os funcionários que continuaram se retirando do local.

Depois, gestores passaram a pressionar ainda mais os funcionários, ligando para seus celulares e enviando torpedos com mensagens mentirosas de que o Sindicato estava mandando os bancários voltarem ao trabalho.

“Vamos registrar Boletim de Ocorrência para denunciar o desrespeito à Lei de Greve. Essas práticas antissindicais não intimidarão nosso movimento que só irá crescer até que os bancos apresentem proposta decente”, disse a diretora executiva do Sindicato, Rita Berlofa, enquanto anunciava aos poucos funcionários que permaneciam nas cercanias que a liminar de interdito proibitório havia sido cassada.

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Jair Rosa - 24/9/2012

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