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Protestos crescem e espanhóis pedem por referendo

Linha fina
Manifestantes querem consulta popular sobre política econômica e sinalizam greve geral entre as próximas semanas se mantida intransigência do governo
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São Paulo - Milhares de pessoas ocuparam as ruas de 57 cidades espanholas no domingo 7 para protestar contra os cortes nos gastos públicos e reformas do governo daquele país em sua política de austeridade. Cartazes carregados pelos manifestantes traduziam as principais mensagens do protesto: “Não quero este país para os meus filhos”, “Não aos recortes”, “Querem arruinar o país! É preciso impedir”.

A mobilização foi convocada e organizada pela plataforma Cúpula Social, que reúne 150 organizações, entre entidades sociais, sindicais e políticas de diferentes âmbitos da sociedade espanhola.

Os manifestantes pedem que seja realizado um referendo sobre as medidas tomadas pelo governo de Mariano Rajoy, assim como foi exigido no dia 15 de setembro, quando a população saiu às ruas de Madri para protestar contra os cortes de verbas em áreas estratégicas, sob o argumento de que as decisões das autoridades não são democráticas e que a política de austeridade do governo trouxe mais desemprego, mais crise e menos proteção social, beneficiando apenas as elites econômicas e financeiras do país.

A proposta de referendo está ganhando cada vez mais força entre os movimentos sociais e sindicatos engajados na luta contra as medidas de combate à crise do governo espanhol. Foi o que explicaram os líderes sindicais Ignacio Fernández Toxo e Cándido Méndez. “Se não houver consulta popular sobre as medidas econômicas, os trabalhadores vão fazer greve”, alertaram. “Se aceitam convocar o referendo se abrirá um cenário totalmente distinto”, disseram eles, citados pelo jornal espanhol Publico.es. “Se não, seguiremos avançando até a greve geral”, acrescentaram.

Greve Geral - Os integrantes da Cúpula Social explicaram, através do comunicado lido pela atriz Nuria Pérez, que estão tentando coordenar junto de outros movimentos sociais uma greve geral em diversos países da União Europeia. Até agora, os sindicatos propuseram o 17 de outubro como o dia para mobilização geral no continente.

A violência policial das manifestações do mês de setembro também foi condenada nos protestos de domingo 7. Os movimentos sociais que assinaram o manifesto demonstraram sua preocupação com a “política autoritária do governo” em relação às mobilizações.

Entenda a política de austeridade - Para combater a profunda crise econômica que assola o país desde 2008, o governo espanhol negociou empréstimos bilionários com a Troika (grupo formado por Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia). Grande parte do dinheiro foi destinada à recapitalização dos bancos espanhóis, quebrados com a crise no sistema financeiro.

Em contrapartida aos pacotes de empréstimo, a Troika exige que as autoridades espanholas aprovem um amplo pacote de medidas com cortes severos do orçamento público e drástico aumento dos impostos para diminuir o déficit estatal. Em julho deste ano, Rajoy anunciou o mais novo plano de austeridade para economizar 65 bilhões de euros até 2014.

Entre as medidas para atingir os objetivos fiscais, ogoverno de Mariano Rajoy já cortou salários, demitiu milhares de funcionários, fechou escolas e passou a cobrar pelos tratamentos de saúde. Ao contrário de ajudarem na recuperação econômica, os movimentos sociais denunciam que essa política apenas agravou ainda mais a crise.

O desemprego no país registrou o pior índice de sua história neste segundo trimestre, atingindo uma em cada quatro pessoas da população ativa do país, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados no dia 27 de junho. Cerca de 50% dos jovens estão sem empregos, o que é denunciado pela Cúpula Social: Juventude sem emprego, sociedade sem futuro.

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Redação, com informações da Agência Opera Mundi – 8/10/2012

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