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Novo protesto contra prática antissindical no BB

Linha fina
Trabalhadores denunciaram pressão aos funcionários pela compensação dos dias de greve
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São Paulo – Os trabalhadores do Banco do Brasil voltaram a protestar contra a medida antissindical da empresa em pressionar e assediar os funcionários pela compensação dos dias de greve.  Desta vez, o ato foi em frente ao Complexo São João, que ocupa o quarteirão formado pela Avenida São João e as ruas Líbero Badaró e São Bento. Em um palco armado na São Bento, os manifestantes satirizaram a postura do banco. Faixas expostas à população pediam o fim das metas abusivas e do assédio moral no banco e anunciavam que estava aberta a temporada de caça às práticas antissindicais na instituição pública.

> Fotos: confirma imagens da manifestação
> Vídeos: dirigentes falam sobre o protesto

Desde o final da greve da categoria, o banco vem desrespeitando o acordo firmado entre as instituições financeiras e os trabalhadores para a compensação dos dias parados. Ficou estabelecido que os dias de greve não seriam descontados do salário dos bancários e que as horas seriam repostas até 15 de dezembro, mas desde que houvesse necessidade do serviço e disponibilidade do empregado. “Não é isso que a instituição está fazendo. Os funcionários estão sendo forçados a trabalhar mais duas horas por dia, sem qualquer negociação prévia com o gestor. Os bancários não estão se negando a compensar as horas, mas isso não deve ser usado como retaliação à greve, que é um direito do trabalhador. O que o BB está fazendo é prática antissindical”, afirma o diretor do Paulo Rangel.

> BB denunciado por perseguir funcionários
> BB insiste em prática antissindical

O dirigente informa que há cerca de duas semanas, o BB tornou essa situação ainda mais clara: enviou carta a cada um dos funcionários informando o número de horas devidas por eles e exigindo que assinassem o documento. “Ao fazer isso, a empresa tenta individualizar um acordo que é coletivo. Essa atitude é inadmissível em uma instituição pública”, critica.

Clientes – Paulo Rangel denuncia ainda que, além de não cumprir o acordado com os trabalhadores, o banco estimula e faz vista grossa ao descumprimento de contratos com os correntistas. “A pressão e o assédio moral constantes pelo cumprimento de metas abusivas estimula a venda casada de produtos. Além disso, o BB é campeão, segundo ranking do Banco Central, em débitos indevidos nas contas dos clientes.”

> BB abusa de clientes e funcionários

“O BB, como banco público, tem um papel importantíssimo para o país. Não só como uma forma de quebrar o oligopólio formado pelos grandes bancos privados (Bradesco, Itaú, HSBC e Santander), reduzindo juros e ampliando o crédito, mas também respeitando os trabalhadores e os clientes. Mas não é isso o que vem acontecendo e continuaremos questionando e pressionando por uma mudança de postura”, conclui.

Felipão – Durante o protesto, os bancários também criticaram, com bom humor, a afirmação do técnico da seleção, Felipe Scolari, que sugeriu ser fácil trabalhar no Banco do Brasil. Semana passada, Scolari se desculpou publicamente pelo equívoco.

> Scolari pede desculpas aos bancários e ao BB

O incidente resultou no envio de cartas ao técnico, tanto pelo Sindicato quanto pela direção do BB. Rangel chama a atenção de que a carta do banco a Scolari afirma que a empresa procura transformar a pressão do dia a dia em estímulo para o trabalho. “Não são simples pressões do dia a dia, são pressões institucionais que pioram em muito as condições de trabalho, gerando adoecimento dos bancários.”


Andréa Ponte Souza - 3/12/2012

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