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Mulheres aprovam plano de lutas da UNI Américas

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Projeto envolve três eixos: o combate à violência de gênero, o desenvolvimento sustentável e a organização das mulheres nos sindicatos
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São Paulo - A 4ª Conferência Regional da UNI Américas Mulheres - Rompendo Barreiras, realizada em Montevidéu, aprovou na segunda-feira 3 um plano de lutas envolvendo três grandes eixos: o combate à violência de gênero, o desenvolvimento sustentável e a organização das mulheres nos sindicatos. A Conferência, que começou domingo 2, terminou com a aprovação da nova diretoria da UNI América Mulheres para o período 2013-2016 e suas representantes nas instâncias da UNI-Sindicato Global.

A Contraf-CUT participará da nova direção. Deise Recoaro, secretária de Mulheres da Contraf-CUT, será titular no comitê Executivo da UNI Américas. Neiva Ribeiro, diretora do Sindicato de São Paulo, integrará o comitê regional de Mulheres da UNI Américas. Andrea Vasconcelos (secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT) e Érica Godoy (diretora do Sindicato de São Paulo) serão suplentes do mesmo comitê. Neiva também alternará o mandato no Comitê Mundial de Mulheres da UNI. Além delas, também participou da Conferência de Montevidéu a presidenta do Sindicato de Patos de Minas, Magna Vinhal da Fetraf/MG.

"Esses espaços internacionais de atuação sindical são importantes porque, além de promover uma grande oportunidade de troca de experiências, nos obriga a desenvolver ações conjuntas no combate às discriminações, uma vez que eventos internacionais envolvem investimentos e temos que voltar para os nossos países com a responsabilidade de fazer valer as nossas bandeiras", afirma Deise Recoaro, da Contraf-CUT.

Desenvolvimento sustentável - As delegadas aprovaram um plano de ação com vistas à conscientização sobre o desenvolvimento sustentável, que passa por desenvolver uma visão conceitual sindical sobre a questão ambiental e a sustentabilidade.

“Além de lutarmos contra a exploração do capital sobre o trabalho, temos também que lutar contra as discriminações no trabalho e em casa, e é preciso ainda lutar pela preservação do meio ambiente pelo desenvolvimento sustentável porque, se não houver preservação, a humanidade não existirá mais”, disse Neiva Ribeiro durante o debate na conferência.

O plano defende ainda a criação de "espaços de diálogo" dentro dos sindicatos para a discussão do tema, a luta pela inclusão de cláusulas sobre inclusão social e desenvolvimento sustentável nas convenções coletivas de trabalho e a difusão da "consciência ecológica, solidária e sustentável entre trabalhadoras e trabalhadores, sustentando a paz mundial, eixo transformador da pobreza".  

Organização - O plano de ação sobre a organização orienta a luta pela ratificação da convenção 156 da OIT que trata das relações compartilhadas, pela ampliação da licença-paternidade, pela realização de campanhas de sindicalização específicas para mulheres, pela criação de coletivos ou comissões de mulheres nos locais de trabalho e democratização dos espaços sindicais com a ampliação de representação das mulheres nas direções.

"Ao contrário do que muitos diziam, o sindicalismo não pode acabar, porque é o único meio de garantir a justiça social e a distribuição de renda. Se isso é verdade, as mulheres têm que estar organizadas nos sindicatos", declarou Deise Recoaro, secretária de Mulheres da Contraf-CUT, durante os debates.

"Somos a metade da força de trabalho na maioria dos países, e ganhamos menos que os homens. E quem ganha com a desigualdade? São os nossos companheiros homens? Não. Quem perde é a classe trabalhadora. Quem ganha é o capital, que se apropria da exploração do trabalho, especialmente das mulheres. Isso é uma construção cultural, que é usada como justificativa para manter as discriminações", acrescentou Deise.


Contraf-CUT - 4/12/2012

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