São Paulo – “- Estou ligando para dizer que acabo de ser mandado embora pelo banco. - Não. Não pode ser. Eu estava tomando coragem, procurando me acalmar para ligar para você. Eu também fui demitida.”
O diálogo, relatado por trabalhadores do Centro Administrativo Santander (Casa 3), ocorreu entre um casal de bancários demitidos pelo banco. O funcionário e outros cerca de 200 trabalhadores do Casa 3, e a bancária que trabalhava em uma agência, estão entre os milhares de trabalhadores dispensados pelo banco espanhol desde a segunda-feira 3.
> Protestos contra o Santander continuam
Estimativa do Sindicato aponta que pelo menos mil trabalhadores tenham sido desligados pelo Santander nesta semana. A exemplo do casal de desempregados, há denúncias de dispensas que desrespeitam até a estabilidade pré-aposentadoria garantida por lei. “Tenho uma colega que trabalhava no prédio da Bráulio Gomes que foi demitida na segunda faltando apenas dois meses para se aposentar. Ela estava transtornada”, contou um funcionário durante a paralisação do Sindicato.
Uma empregada, que há dois anos deixou de ser terceirizada para ser contratada pelo banco, relata que a tensão é enorme entre os colegas. “Todo mundo fala em três mil, cinco mil pessoas que serão mandadas embora. Estamos todos preocupados , pois ninguém sabe quem será o próximo. Estou indo para casa hoje e não sei se estarei trabalhando amanhã. É impossível ficar nessa situação.”
Outro bancário com mais de vinte anos de empresa destaca que ao mesmo tempo em que tem gente saindo do Casa 3, percebeu um aumento de trabalhadores terceirizados na concentração nos últimos dias. “Também foram demitidas pessoas do meu setor, um colega com mais de dez anos de empresa ficou arrasado. Ele me disse que não foi dada nenhuma explicação.”
Jair Rosa - 5/12/2012
Linha fina
Levantamento de dirigentes sindicais aponta que pelo menos 200 trabalhadores da concentração foram demitidos nesta segunda 3
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