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Paralisação continua contra demissões no Santander

Linha fina
Na manhã desta quinta, bancários pararam novamente as agências da Paulista para exigir fim das dispensas em massa. Nesta tarde, ocorre audiência de conciliação entre Sindicato e banco
Imagem Destaque

São Paulo – As paralisações continuam contra as demissões em massa promovidas pelo banco espanhol no Brasil. As agências do Santander da região Paulista amanheceram fechadas nesta quinta 6, em protesto pelos milhares de trabalhadores já desligados da empresa.

As agências do corredor da Paulista, da Praça Oswaldo Cruz, da Brigadeiro Luiz Antônio, das ruas Pamplona, Consolação e Sampaio Viana permanecerão fechadas durante toda esta quinta.

Panfletagens nas saídas do metrô e faixas nos faróis reforçaram a denúncia da prática promovida pela instituição financeira de demitir milhares de funcionários brasileiros, responsáveis por proporcionar ao banco espanhol 26% do resultado global da empresa. Entre os demitidos, estão bancários com mais de 20 anos de banco.

“É uma prática irresponsável e até mesmo cruel com trabalhadores que se dedicaram para proporcionar o resultado positivo que o banco obteve no Brasil”, criticou a diretora executiva do Sindicato Rita Berlofa, ao destacar que o banco apresentou lucro líquido gerencial de R$ 4,731 bilhões no país, tendo a sua carteira de crédito atingido o patamar de R$ 207,334 bilhões, com crescimento de 10,1% em doze meses e 0,8% no trimestre.

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Os indicadores econômicos mostram que o Santander tem sua maior lucratividade no Brasil. “Não há demissões na Espanha, Argentina, México, Uruguai, Chile, entre outros países em que a instituição atua. Qual a razão então para dispensar os trabalhadores brasileiros, que são responsáveis pelo maior fatia do resultado global do grupo?”, questionou Rita.

As primeiras 40 dispensas dos trabalhadores da Torre ocorreram no dia 22 de novembro, o que, segundo a dirigente, foi uma prática desleal, pois no mesmo dia o banco se reuniu com dirigentes do Sindicato para negociação, porém não comunicou que desligamentos estavam ocorrendo, com previsão de serem ampliados.

“Nesses casos de demissão em massa, o banco sabe que é necessário comunicar e negociar com o Sindicato, conforme prevê a legislação. Porém, foi desleal ao se comprometer em reuniões com o diálogo social e fazer o inverso na prática”, criticou a dirigente, relembrando da reunião com Marcial Portela, presidente do Santander Brasil, que se comprometeu a dialogar com o movimento sindical.

Justiça – O Sindicato ajuizou ação conciliatória no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região com o objetivo de suspender a dispensa em massa para que sejam abertas negociações em busca de alternativas às demissões.

A ação visa proteger direitos coletivos sob o argumento de que demissões de grande contingente de trabalhadores, como a promovida pelo Santander, têm de ser informadas previamente ao Sindicato para que possam ser estudadas medidas que evitem os cortes.

Com isso, uma audiência de conciliação entre a entidade representativa dos trabalhadores e o banco foi marcada para a tarde desta quinta-feira 6, às 15h.

Convocatória – O Sindicato convoca os bancários demitidos para reunião nesta quinta-feira 6, a partir das 18h, na sede da entidade (Rua São Bento, 413).


Tatiana Melim – 6/12/2012

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