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Insatisfação com São Paulo é maior em 4 anos

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Nota média para qualidade de vida foi de 4,7 numa escala de 0 a 10, revela pesquisa IRBEM
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São Paulo - A Rede Nossa São Paulo lançou na manhã desta quinta 17 a quarta edição da pesquisa IRBEM – Indicadores de Referência de Bem-Estar do Município, que mede o nível de satisfação dos moradores da cidade São Paulo.

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A nota média atribuída à qualidade de vida na mais populosa e rica cidade do Brasil é de 4,7 numa escala de 0 a 10, pior resultado desde a primeira pesquisa, em 2009. O evento realizado no SESC Consolação teve a presença do novo prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), e de sua vice, Nádia Campeão (PC do B). Clique aqui para acessar a pesquisa na íntegra.

Entre os 169 aspectos avaliados em 25 áreas, tais como habitação, segurança, educação, trabalho, saúde, serviços públicos e mobilidade urbana, 82% têm nota média inferior a 5,5. Dos 1.512 entrevistados em todas as regiões da capital, 56% afirmaram que, se pudessem, gostariam de sair de São Paulo, repetindo o índice de 2011. Os itens com menor satisfação estão ligados à transparência e participação política e à segurança pública.

A segurança pública caiu de uma média de 4,4 em 2011 para 4 pontos no ano passado – 91% dos entrevistados se sentem pouco ou nada seguros, e destacaram sua preocupação principalmente com a violência geral, com roubos e assaltos, com o tráfico de drogas e ainda o medo de sair à noite.

Diante desse quadro, durante o evento também foi lançado o manifesto “Eliminar a violência na raiz de suas causas!”, com uma série de propostas que focam especialmente na diminuição da desigualdade social e econômica, além da instituição de uma nova política de segurança atrelada a políticas públicas que promovam a participação comunitária, geração de oportunidades e oferta de serviços e equipamentos públicos que garantam condições de vida digna para a população.

Com 3,5 pontos, a nota média para a falta de transparência vem se repetindo desde 2010, com destaque para a baixa avaliação da honestidade dos governantes que estiveram à frente de São Paulo nos últimos quatro anos, que teve nota 2,9 na escala de 0 a 10. A nota para a transparência com gastos públicos foi de 3 pontos percentuais, e de 3,5 para a participação popular em conselhos das subprefeituras.

“A população não confia na prefeitura, não confia na polícia, nem na Câmara dos Vereadores, nem no Tribunal de Contas do Município. Com toda essa desconfiança, algo está errado e a cidade quer uma mudança. Precisamos mudar as prioridades, mudar as políticas e ter uma gestão onde a prioridade total e absoluta seja combater a desigualdade e melhorar a qualidade dos serviços e equipamentos públicos”, alertou  Oded Grajew, coordenador geral da Rede Nossa São Paulo.

A satisfação com os serviços de saúde pública caiu de 5,1 em 2011 para 4,8 em 2012 e não é para menos. O tempo médio de espera entre o agendamento e a realização de uma consulta médica aumentou de 52 para 65 dias; de 65 para 86 dias para fazer exames; de 146 para 178 em outros procedimentos e cirurgias.

A educação manteve média de 5 pontos entre 2009 e 2011, e foi para 4,8 no ano passado, sendo a falta de vagas em creches próximas às moradias o maior problema na avaliação dos entrevistados. “Quando vemos que 170 mil crianças estão sem creche na cidade mais rica do País, percebemos novamente que algo está errado”,  destacou Grajew.

Na habitação, a média foi de 4,8 para 4,5 pontos percentuais, com destaque para a falta de oferta de planos habitacionais para todas as faixas salariais e de soluções para as moradias em áreas de risco.

A nota média para a mobilidade urbana foi 4 em 2012 contra 4,3 no ano anterior, principalmente diante do tempo de deslocamento na cidade e da falta de prioridade ao transporte coletivo no sistema viário. Os entrevistados também apontaram sua insatisfação com a restrição aos ônibus fretados.

Entre os poucos aspectos com nota superior à 5,5 estão as relações humanas (6,5), religião e espiritualidade (6,3), trabalho (6,2) e tecnologia da informação (6).

“Estamos colocando para vocês o mapa da mina dos problemas e das soluções para a cidade”, disse Grajew a Fernando Haddad, e destacou o valor simbólico da presença do novo prefeito. “É o valor de um governo que tem se disposto – e espero que isso continue – a compartilhar a responsabilidade com a sociedade civil e compartilhar as decisões junto com aqueles que os elegeram com a esperança da mudança”, frisou.

A pesquisa foi realizada pelo IBOPE Inteligência em todas as regiões da cidade, entre os dias 24 de novembro e 8 de novembro de 2012. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.


Flaviana Serafim, da CUT/SP - 18/1/2013

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