São Paulo – Produzir estudos sobre sociedade e o mundo do trabalho para aliar esse conhecimento à atuação sindical e transformação social. Foi com esse objetivo que nasceu, em maio de 2010, o Centro de Pesquisa 28 de Agosto, o primeiro passo do Sindicato para a criação da Faculdade 28 de Agosto, que está em processo de credenciamento junto ao Ministério da Educação (MEC).
“O 28 de Agosto, que hoje desenvolve pesquisas e promove cursos, palestras e lançamentos de livros, vai se transformar na futura faculdade dos bancários. A ideia não é abrir mais uma faculdade de mercado, mas fundar uma instituição para refletir sobre a sociedade de forma crítica e produzir conhecimento a favor do indivíduo e de uma sociedade mais igualitária”, explica a diretora executiva do Sindicato e coordenadora do Centro 28 de Agosto, Neiva Ribeiro.
A atuação do Centro tem se pautado por esse projeto. “Já desenvolvemos três linhas de pesquisa, cujos resultados serão publicados este ano: Transformações do trabalho e ação sindical no setor financeiro; Olhar local, sobre o cooperativismo; e Banco do futuro, que reflete sobre as mudanças e o futuro do setor financeiro. Outra linha de pesquisa, esta em andamento, é sobre Direito e Teoria da Regulação”, informa Neiva.
Paralelamente, o Centro 28 de Agosto promoveu uma série de eventos acadêmicos ao longo de 2012. Um deles foi o curso livre sobre obras de Karl Marx e Friedrich Engels, realizado entre agosto e setembro, em parceria com a editora Boitempo, e que reuniu alguns dos maiores estudiosos do assunto como Emir Sader e Michael Lowy. “O curso teve uma procura muito grande. Foram 300 inscritos e, em média, 1.500 acessos pela internet.” Todas as aulas foram transmitidas ao vivo pela web, mas desde final de dezembro estão disponíveis no YouTube.
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O centro também trouxe ao Sindicato, intelectuais renomados como Marilena Chauí, que proferiu palestra sobre educação. Além disso, promoveu debates seguidos de lançamentos de livros como Alexandra Kollontai – Feminismo e Socialismo, uma abordagem crítica do Direito, de Paula Loureiro da Cruz, mestra em Direito Político e Econômico; As armas da crítica, de Emir Sader; e a obra de Marx, Socialismo Jurídico, que ganhou tradução direta do alemão por Márcio Naves e conta com prefácio do jurista e filósofo do Direito Alysson Mascaro, parceiro do Sindicato no projeto da faculdade. “O professor Alysson será o chanceler da futura universidade”, conta Neiva.
Visão progressista – O projeto inicial da instituição de ensino superior prevê graduações em Direito e Administração, além de cursos práticos – atualmente oferecidos pelo Centro de Formação Profissional, que será integrado à faculdade – e extensão. “Queremos qualidade de ensino, com professores renomados que tenham uma visão progressista de mundo, e oferecer, como extensão, cursos práticos mas também na área de sociologia e filosofia”, anuncia a dirigente.
“Nosso foco é organizar pesquisas, trazer a academia para perto do nosso projeto, da nossa área de atuação, para orientar o nosso caminho”, ressalta Neiva.
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Andréa Ponte Souza - 28/1/2013
