São Paulo – Todas as repressões, torturas e mortes de trabalhadores brasileiros entre os anos de 1964 e 1985, período do golpe militar, constarão no relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que será entregue à presidenta Dilma Rousseff em maio de 2014.
A reivindicação para que a CNV tivesse um capítulo sobre os trabalhadores que tiveram seus direitos violados pelo regime militar foi feita pelo secretário nacional de Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney, à presidenta Dilma Rousseff, durante audiência realizada na terça-feira 5.
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Segundo Solaney, Dilma atendeu de pronto à reivindicação por entender que esse é um período fundamental da história do Brasil. “Ela fez, inclusive, uma breve consideração sobre o golpe, dizendo que a ditadura não distinguiu quem era trabalhador, se era preto, branco, estudante etc. Quem combateu o regime, disse a presidenta, sofreu as barbáries da ditadura, foi torturado, morto, perseguido”, contou o secretário.
Solaney explicou que um grupo de trabalho será criado para fazer o levantamento das violações praticadas contra trabalhadores e líderes sindicais. Isso, disse o dirigente, “vai contribuir para o resgate, a memória da luta desses trabalhadores em um dos períodos mais conturbados, violentos e tristes que o país viveu”.
O ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Brizola Neto, que estava presente à audiência com Dilma, deve marcar uma reunião com Rosa Cardoso, integrante da CNV, para que seja instalado o grupo de trabalho que vai levantar dados sobre o que aconteceu com os representantes dos trabalhadores no período da ditadura.
Para Solaney, esse resgate é de fundamental, afinal, concluiu o dirigente: “O golpe foi especialmente antioperário e anticamponês. E a CUT que combateu o golpe e lutou pela redemocratização do país quer que o relatório seja o mais completo possível”.
CUT – 6/2/2013
