Pular para o conteúdo principal

Favela “invade” classe média

Linha fina
Pesquisa mostra que aumento da renda no país faz 65% dos moradores dessas comunidades ascenderem à classe social
Imagem Destaque

São Paulo – Nos últimos dez anos quase que dobrou a quantidade de moradores de favelas que pertencem à classe média brasileira. De acordo com a pesquisa As favelas brasileiras, um mercado de R$ 56 bilhões, o percentual saltou de 37%, em 2002, para 65%, em 2011.

O levantamento, feito pelo instituto Data Favela em parceria com a Central Única de Favelas (Cufa), mostra que os 12 milhões de moradores de comunidades do país, juntos, têm renda de mais de R$ 56 bilhões por ano, montante maior do que o PIB (Produto Interno Bruto) da Bolívia, por exemplo.

O estudo foi realizado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios, do IBGE, e inclui favelas e comunidades carentes, mas não bairros pobres, como Madureira, no Rio de Janeiro. Já para a classe média, o instituto utilizou a definição da Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo federal, que define as famílias com renda média entre R$ 1 mil e R$ 4 mil.

Segundo o estudo, 69% da população que vive na comunidade utilizam dinheiro como forma de pagamento, 9% usam cartão de crédito de terceiros e 10%, cartão de crédito próprio. Além disso, cerca de 69% dos moradores de comunidades vão ao shopping toda a semana e 50% comem fora semanalmente.

O diretor do Data Favela, Renato Meirelles, credita o novo contexto à redução da pobreza extrema. “O crescimento da classe média deu-se, principalmente, devido à redução da pobreza extrema, que, nesse caso, foi impulsionada pelo emprego e empreendedorismo”, afirmou, em entrevista ao Valor.

A afirmação do diretor vai ao encontro do anúncio feito nesta terça-feira 20 pela presidenta Dilma Rousseff e pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que declararam que a partir de março todos os 36 milhões de brasileiros cadastrados nos programas de transferência de renda do governo federal sairão da extrema pobreza, zerando processo iniciado em 2003, no primeiro ano do governo Lula.

> Governo tira 36 milhões da pobreza extrema
> Para economista, políticas do governo reduziram desemprego

Orgulho negro – Para o diretor do instituto, o crescimento da renda influi também no percentual de pessoas que se declararam negras para o IBGE – aumento de 61% para 67% no mesmo período. “O aumento da renda melhora a autoestima das pessoas e, com isso, elas se declaram negras com mais orgulho.”


Redação, com informações do Valor Econômico e da Agência Brasil – 20/2/2013

seja socio

Exibindo 1 - 1 de 1