Pular para o conteúdo principal

O que mudou no Brasil em dez anos

Linha fina
Ato para marcar uma década de governo democrático e popular apresentou dados e estatísticas sobre os avanços sociais e econômicos no país
Imagem Destaque

São Paulo - A festa do PT para saudar os avanços da democracia e da cidadania no Brasil, também serviu para anunciar a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à eleição de 2014. O ato dos dez anos do governo democrático e popular à frente da Presidência da República, realizado na quarta-feira 20, recebeu algumas das principais lideranças do Partido dos Trabalhadores e da base aliada do governo federal para lembrar tudo que mudou no país nessa década.

Dois grandes salões do hotel Holiday Inn, em São Paulo, não foram suficientes para abrigar os milhares de militantes que queriam participar do evento organizado pelo PT, Instituto Lula e Fundação Perseu Abramo. No corredor de acesso à sala principal, dezenas de monitores destacavam o saldo de 18,5 milhões de postos formais de trabalho, o aumento real dos salários, o trabalho pela erradicação da miséria, o crescimento do PIB, os investimentos na agricultura, a redução da dívida pública, a queda dos juros.

O evento fez parte também das comemorações dos 33 anos de fundação do PT. O próximo ato será realizado dia 28, em Fortaleza. O projeto será debatido durante 13 dias, em diferentes capitais e vai contar também com uma série de publicações que vão identificar as mudanças ocorridas ao longo dessa década.

Em todos os discursos, dados e estatísticas foram mencionados, sempre para ressaltar a quebra de paradigma em relação aos anos anteriores, da administração pública de viés neoliberal (veja tabelas abaixo) que levou à crise internacional avassaladora, que assola principalmente EUA e Europa desde 2008.

Mas quando tomou a palavra, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi contundente: não falaria de números, mas de política e democracia. Com o bom humor tradicional em seus discursos, iniciou relendo trechos da sua fala na posse, em 2002, lembrando que aquele 1º de janeiro era o “dia do reencontro do Brasil consigo mesmo”. O ex-engraxate, ex-metalúrgico, ex-dirigente sindical, ex-preso político, como se definiu, lembrou de seu temor de que o governo petista fosse um fracasso. “Tinha a firme convicção de que não podia errar.” E ressaltou que também tinha “convicção de que estávamos plantando corretamente e íamos colher o que tínhamos plantado”, afirmando que muita gente “não acreditava e continua não acreditando”, mas que convive bem com as críticas. “Não me lembro de governo que exercitou mais a democracia que o nosso.”

O líder petista desafiou os partidos de oposição a debater a administração de seu partido e a tucana no governo federal, principalmente no que se refere à melhoria da qualidade de vida da população. O discurso, ovacionado em diversos momentos, foi encerrado lembrando a importância dos militantes, do movimento sindical, dos governadores, prefeitos e parlamentares, da base aliada. “Essa revolução que fizemos depende disso, juntar forças. Não podemos permitir que essa experiência acumulada seja rompida”, afirmou o ex-presidente, enviando um recado à oposição e lançando a candidatura da atual presidenta. “Eles podem se preparar, podem juntar quem eles quiserem, porque, se eles têm dúvida, nós vamos dar como resposta a reeleição da Dilma em 2014.”

A presidenta já havia sido mencionada no discurso do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que afirmou: “nunca imaginei que uma mulher fosse enquadrar o sistema financeiro nacional para fazer as reformas que o Brasil precisava e ainda precisa”.

Do povo – Dilma Rousseff saudou os presentes e os ausentes, os milhares de militantes que não conseguiram acesso ao evento. “Mas fazer o quê, a gente cresceu.” A exemplo do prefeito Haddad, lembrou a força da militância nas campanhas eleitorais e a importância do papel do “incrível” do presidente Lula nesses dez anos. “Ninguém sabe com precisão quando passamos a usar décadas para contar o tempo, mas os brasileiros sabem qual a melhor década da história recente. Uma década de esperança, otimismo, da reconstrução nacional, da nossa autoestima, do despertar da força do nosso povo”, disse ao salientar o papel de um “governo dos trabalhadores, das forças progressistas, verdadeiramente do povo, para o povo, pelo povo”, mencionando o slogan do evento.

Em seu longo discurso, a presidenta citou novos números e estatísticas para mostrar o que levou o Brasil a se destacar “num mundo onde a desigualdade se agrava, tendo como motor a inclusão social com desenvolvimento ambientalmente sustentável”.

Lembrou a atuação dos partidos de oposição e de setores da mídia, que apregoavam um possível apagão e lançavam dúvidas sobre a redução no preço da energia elétrica. “O mesmo tipo de previsão equivocada e tendenciosa começa agora a se repetir em relação à capacidade do Brasil de aumentar seu ritmo de crescimento e manter a estabilidade econômica. Repito: nossos fundamentos estão cada vez mais sólidos”, garantiu, lembrando que seu governo enfrentou “uma das maiores crises internacionais da história, está mais do que preparado para enfrentar os desafios do presente e do futuro”.

> Economista mostra vitória da atual política sobre discurso neoliberal





 

Cláudia Motta - 21/2/2013

seja socio

Exibindo 1 - 1 de 1