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Câmara dos Deputados homenageia Sindicato

Linha fina
Sessão solene pelos 90 anos foi presidida pelo deputado e ex-presidente da entidade Ricardo Berzoini e teve participação da atual mandatária Juvandia Moreira. Nesta terça, dia do aniversário, tem Lula na Quadra
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São Paulo – O papel do Sindicato na construção da história do país e no fortalecimento da democracia foi destacado nas falas de todos os parlamentares que subiram ao púlpito para prestar homenagem à entidade, que completa 90 anos nesta terça-feira 16. A sessão solene, na segunda-feira 15, na Câmara, foi presidida pelo deputado federal e ex-presidente do Sindicato, Ricardo Berzoini (PT-SP), e contou com a participação da atual presidenta Juvandia Moreira, que compôs a mesa da sessão.

> Fotos: galeria com imagens da cerimônia
> Áudio: a fala da presidenta Juvandia

“Realizar uma sessão solene na Câmara tem sempre o significado de reconhecer a dimensão e a relevância de um fato político, de uma entidade, de uma organização, enfim daquilo que marca a história do país. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região é referencial para o movimento dos trabalhadores no nosso país. Atravessou toda a história do século XX estando sempre presente nos principais momentos do país. Foi um Sindicato extremamente presente na luta pela democratização do Estado nacional, na luta pela criação de um sindicalismo representativo, autêntico, com representação massiva, com capacidade de interlocução com a sociedade”, disse Berzoini, autor do pedido de realização da sessão.

O parlamentar lembrou que, sem esquecer a defesa dos interesses específicos da categoria, o Sindicato atuou além, fazendo contraposição aos segmentos patronais nos espaços democráticos e defendendo a necessidade de um sistema financeiro que atuasse no sentido de desenvolver o país. Desde a década de 30 e 40, o Sindicato já apresentava posições quanto ao funcionamento do sistema financeiro e a visão de como democratizar os serviços bancários, o acesso ao crédito, e principalmente criar condições para que esse instrumento da intermediação financeira se tornasse uma alavanca do desenvolvimento nacional.”

Berzoini destacou ainda que a criação do Dieese se deu numa reunião na sede do Sindicato, no edifício Martinelli, nos anos 1950, e outros momentos importantes como a luta contra o Estado Novo e contra a ditadura militar. “A criação de vários movimentos de unidade da classe trabalhadora teve participação decisiva também do Sindicato dos Bancários de São Paulo, junto com outros sindicatos de bancários do país. A luta contra a ditadura do Estado Novo e depois contra a ditadura militar também teve papel decisivo dos bancários e bancárias de São Paulo e de todo o Brasil. A redemocratização do país se deu num ambiente em que bancários, metalúrgicos, professores, trabalhadores rurais, químicos, jornalistas e outros segmentos da classe trabalhadora estabeleceram estratégias comuns para fazer o Brasil voltar a ter o Estado Democrático de Direito como garantia fundamental para todos os cidadãos desse país.”

Mote dos 90 anos – Juvandia Moreira reforçou que não à toa o mote escolhido para os 90 anos da entidade é “fortalecendo a democracia”. A presidenta do Sindicato destacou a atuação pela construção de um país mais justo e democrático. “Escolhemos como tema das nossas comemorações a democracia porque nos preocupamos não só com a questão salarial e demais questões específicas da categoria, mas também com questões como igualdade de oportunidades. Essas lutas sempre foram importantes para a gente.” E lembrou: “Ao longo de nossa história o Sindicato sofreu duas intervenções justamente por sua atuação não só pelos direitos da categoria, mas pela luta por democracia”.

“Também lutamos pela democratização do sistema financeiro, que tem de proporcionar o desenvolvimento econômico do país e para isso tem de reduzir juros e tarifas e ampliar o crédito. É necessário também a regulamentação do sistema financeiro nacional para que de fato ele cumpra seu papel de fomentador da economia”, acrescentou.

A dirigente ressaltou que a sessão da Câmara era na verdade uma homenagem a todas as pessoas que construíram essa história de 90 anos. E citou os ex-presidentes desde Augusto Campos, que retomou o Sindicato em 1979, em plena ditadura militar, passando por Luiz Gushiken, Gilmar Carneiro, Berzoini, João Vaccari e Luiz Cláudio Marcolino, hoje líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Mulheres no poder – Ex-presidenta do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal e atual deputada federal pelo PT, Érika Kokai destacou: “A eleição de uma mulher na presidência dessa entidade tão importante reforça que lugar de mulher é em todo lugar”.

A parlamentar também frisou a atuação do Sindicato na construção da democracia e de um país com mais justiça social. “O Sindicato dos Bancários de São Paulo é absolutamente fundamental não somente para a categoria, mas para todo o país. Fundamental na construção de um país mais justo e democrático.”

Érika também lembrou que o Sindicato introduziu questões importantes como a discussão de gênero e de igualdade racial. “Foi fundamental para o recorte humano nas questões trabalhistas, pensando o trabalhador acima de tudo como pessoa. E foi fundamental na construção da CUT (Central Única dos Trabalhadores) porque nunca abandonou a noção de classe”, finalizou.

Também homenagearam o Sindicato os deputados federais Mauro Benevides (PMDB-CE), Gonzaga Patriota (PSB-PE) e Amauri Teixeira (PT-BA) e o senador Wellington Dias (PT-PI), outro parlamentar oriundo do movimento sindical bancário.

Lula – No dia do aniversário, terça 16, o Sindicato comemora os 90 anos fortalecendo a democracia ao lado de uma pessoa que tem toda sua história voltada para essa luta. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará na Quadra dos Bancários.

“Lula iniciou sua história ao lado dos trabalhadores e tem a vida pautada pelas lutas sociais”, ressalta Juvandia. “Inicialmente no Sindicato dos metalúrgicos do ABC, quando o Brasil sofria com a ditadura, Lula esteve à frente de greves importantes na derrubada desse Estado ditatorial para o Estado democrático que vivemos.”

Lula chegou à Presidência da República e em sua gestão foram gerados 15 milhões de empregos. Entre 2003 e 2009, 27,9 milhões de pessoas saíram da pobreza, enquanto 35,7 milhões ascenderam à classe média. Mais de 700 mil estudantes de baixa renda conseguiram chegar à universidade em seu governo. Esse projeto popular e democrático foi mantido com a eleição da presidenta Dilma Rousseff.

“Mesmo depois de deixar a Presidência da República, Lula continua debatendo a democracia e defendendo a inclusão social em vários países do mundo. Comemorar nossos 90 anos com essa participação muito nos honra e os bancários estão convidados para a festa.”

O evento nesta terça-feira, na Quadra (Rua Tabatinguera, 192, Sé), terá início a partir das 17h. Confirme presença pelo [email protected] ou 3188-5200.


Andréa Ponte Souza - 15/4/2013

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